*Enviado-especial ao Euro 2016

«Se houver penálti será golo e quem marca é Cristiano!», garantiu Fernando Santos, na conferência de imprensa deste domingo, em Marcoussis, depois de o capitão ter desperdiçado um pontapé dos 11 metros frente à Áustria.

A falta de golos por parte de Ronaldo foi, obviamente, discutida no centro de estágio. Fernando Santos desvalorizou a questão, e diz que acredita piamente que o avançado vai rapidamente ultrapassar a questão. «No futebol às vezes chuta-se com um pé, a bola vai ao outro e é golo, outras vezes sai direitinha e nada. Vai marcar nem que seja com os dois pés.»

A questão dos livres não estarem a sair bem a Cristiano e ele continuar a marcar também foi explicada pelo selecionador. «A partir do momento que não concretiza o penálti, vai obviamente tentar marcar a seguir. Se o Raphäel não tivesse marcado no Dragão não se falava agora nisto. Todos os livres são trabalhados e estudados, e por alguma razão estão lá os dois como opções. Se calhar, como dizia um antigo treinador, o melhor é não treinarmos essas jogadas e deixar que eles cheguem aos jogos e resolvam por eles. Além disso, quantas vezes temos um jogador que se sente inspirado e pede para marcar?» questionou.

A ansiedade de Ronaldo não passará à equipa? «A equipa espera sempre de todos. Esperam muito uns dos outros, esperam cada um que o outro dê mais. Há uma comunhão total na força que dão uns aos outros, para se trazerem todos para cima. É normal que se não materializa as oportunidades esteja mais abatido, porque está habituado a marcar a golos, e é ganhador por excelência, mas ele reage com muita força à adversidade. No Real Madrid, este ano, isso também se colocou e marcou cinco golos. Vai marcar no próximo jogo», garantiu.

O treinador terá uma missão difícil nos próximos dias: fazer com que os finalizadores, como Ronaldo, recuperem a confiança. «No treino tentamos isso, de forma simples, e sem opositor. Fazemos alguns exercícios, em que os golos surjam com naturalidade. Muitas vezes isso transmite confiança. Acertam a entrada à bola no remate, vêem a bola entrar. Os avançados passam por isso, tentamos libertá-los mentalmente no treino.»