Por Pedro Catita

11 golos...marcados por 11 marcadores diferentes?! Sim, aconteceu...

Será inédito em fases finais de competições importantes? Acredito que seja. O triunfo do Azerbeijão frente à República Checa por 6-5 ficou marcado por uma curiosidade verdadeiramente incrível. Foram marcados 11 golos por 11... diferentes futsalistas. Não é fácil dividir o bem por tantas aldeias. Ora agora marco eu, ora marcas tu. E esta hem? Diria o Fernando Pessa com toda a propriedade.

Com os resultados desta sexta-feira, apontaram-se até agora 53 golos em oito partidas, que traduz 6,63 por jogo, média positiva para eventos deste contexto competitivo.

Há dúvidas de que o Futsal vende? Vende e não é pouco...

O encontro entre Portugal e Eslovénia foi visto por 1,7 milhões de espectadores, de acordo com a GFK. Transmitido em direto na TVI e na TVI24, o jogo teve um total de 570 mil espectadores de audiência média e 22 por cento de share. Ou seja, quase um quarto da população portuguesa que estava a ver televisão, escolheu acompanhar o Futsal .

Não há duas sem três?
 

Temos boas memórias dos embates diante da Sérvia, especialmente em fases finais de Europeus. Com efeito, quer em Budapeste 2010 (5-1 nos quartos-de-final), quer em Zagreb 2012 (2-1 na fase de grupos), as vitórias sorriram aos comandados de Jorge Braz. Tive a felicidade de assistir ao vivo a estas duas partidas, o primeiro na Hungria com especial alegria pois ditou a viragem positiva no rendimento, rumo à medalha de prata. Não há duas sem três? Por certo que sim!

Eu não consigo pesar a fruta...
 

O meu terceiro dia em Belgrado ficou assinalado pelo apronto da nossa equipa, no palco da competição. Jogar é tudo, mas treinar é quase tudo. Jogadores de campo com carga gerida em função dos minutos de utilização na véspera, claro. Ambiente positivo, compromisso visível entre todos, sempre com o respeito pela alta competição como chapéu. Depois do apito final, também descontração a sério. Convívio natural entre todos os presentes na Arena e felicidade em ter registado para memória futura um momento especial com mais dois conterrâneos amigos, Pedro Cary e Paulinho de seu nome. O Algarve (com o Barlavento em superioridade... Cary, desculpa, mas não podia deixar de sublinhar) merece o brilhozinho que saltou dos seis olhos em amena cavaqueira, salpicado de maresia e sueste.

Depois do treino, mais um roteiro cultural

Desta feita autocarro 17 rumo ao bairro Zemun, na região oposta ao centro da capital.

Zemun é o bairro mais antigo de Belgrado, pitoresco, relaxante, ruas estreitas animadas, situado na margem do Danúbio, de visita obrigatória. Até há 100 anos, era o bairro rival da capital da Sérvia. Só após o desenvolvimento da zona nova – onde está localizada a Arena, por exemplo –, é que Zemun passou a ser considerado como parte integrante da cidade. Valeu a pena, sem dúvida.

Mas o dia nem começou da melhor forma. Passo a explicar. Nestas viagens, o pequeno-almoço assume importância critica, pois é a única refeição garantida a horas decentes e é fonte de energia vital para o bem-estar. E tento cumprir como mandam as regras. Antes de ir para o treino parei no habitual supermercado Maxi, e pela primeira vez comprei fruta, bananas no caso. Quando cheguei à fila da caixa, percebi que não tinha feito o preço das bananas. Chego à balança e... como pesar? Máquina totalmente em alfabeto cirílico. Impossível. Até agora tinha conseguido arranjar solução para tudo. Desta vez foi impossível. Eu não consigo pesar a fruta...

‘Hvala’

Pedro Catita. Algarvio de Portimão, é licenciado em Ed. Física e Desporto – Opção Futebol pela FMH. Comentador de Futsal na RTP desde 2003, especialista em Análise de Jogo, é membro da Comissão de Futsal da FPF. Preletor nos Cursos de Treinador de Futebol e Futsal da FPF. Trabalhou na Infordesporto/Sportinveste Multimédia entre 1994 e 2015. Treinador de Futsal no Sassoeiros e de futebol no Belenenses, Estoril Escola Rui Águas. É “Amigo do Futsal”, e um dos responsáveis pelos conteúdos da Futsal+ desde Janeiro de 2016.