* Por Pedro Catita

É um dos indicadores positivos que retenho e sublinho no arranque do Europeu 2016. Dando sequência às indicações da UEFA para esta temporada, os árbitros assumiram, felizmente, um critério largo menos largo nos dois jogos desta terça-feira. Foi visível designadamente na marcação das faltas, na vigilância aos bloqueios, e na indevida utilização dos membros superiores dos defensores em oposição às movimentações ofensivas dos adversários.

Na verdade, nos últimos anos, os múltiplos duelos físicos, com e sem bola, potenciados negativamente pelo facto pela existência de uma elevada taxa de jogadores por metro quadrado, estavam a traduzir vantagem – desproporcionada – para os defensores e para as equipas de menor qualidade. Não é de mais lembrar que o objetivo do Futsal continua a ser o mesmo: marcar mais golos do que sofrer.

Aguardemos pelos próximos dias, mas acredito que as 27 faltas assinaladas nos 80 minutos deverão efetivamente gerar efeito positivo – na minha visão construtiva sobre o jogo – na gestão da agressividade ao longo do tempo, na opção correta espaço-temporal para arriscar contacto e/ou roubo de bola. Por outro lado, e talvez o aspeto mais interessante na provável consequência evolutiva para o Jogador e para o Treino, as constantes tomadas de decisão e capacidades de instante nesta vertente específica vão ter de passar a colocar na balança um maior peso técnico-tático em detrimento do fator físico. Acredito que os jogadores vão crescer com este novo critério. É mesmo caso para dizer... aleluia!

Sexto europeu da minha carreira

Assistir in loco a eventos desportivos de topo, desfrutar ao vivo da arte da execução milimétrica em campo, experienciar (é mais do que experimentar) vivências de alta competição, respirar emoções contagiantes, ouver (ver e ouvir) o jogo, tudo isto enche a minha vida.

Sempre disse que deve trocar-se o sofá pela almofadinha para a bola. Esta terça-feira estive no sofá, mas vou trocar. Esta quarta-feira de manhã parto para Belgrado e vou somar o meu sexto europeu nas bancadas, depois de Itália 2003, Portugal 2007, Hungria 2010, Croácia 2012 e Bélgica 2014. Curiosamente... os mesmos que o capitão Arnaldo. Todos com histórias para contar, mas principalmente com pessoas para lembrar.

Li uma vez que os momentos de felicidade são quando não há equívocos entre nós e a vida. Não vão existir equívocos na vida em Belgrado. É mesmo caso para dizer... espeeeeeeeeeeeeeeeetacular!

‘Hvala’ pela atenção

Pedro Catita. Algarvio de Portimão, é licenciado em Ed. Física e Desporto – Opção Futebol pela FMH. Comentador de Futsal na RTP desde 2003, especialista em Análise de Jogo, é membro da Comissão de Futsal da FPF. Preletor nos Cursos de Treinador de Futebol e Futsal da FPF. Trabalhou na Infordesporto/Sportinveste Multimédia entre 1994 e 2015. Treinador de Futsal no Sassoeiros e de futebol no Belenenses, Estoril Escola Rui Águas. É “Amigo do Futsal”, e um dos responsáveis pelos conteúdos da Futsal+ desde Janeiro de 2016.