Precisamente um ano depois da conquista do título europeu de futebol por Portugal, o Maisfutebol faz um ponto de situação da carreira dos 23 jogadores que participaram nesse feito inédito da Seleção Nacional.

Um ano depois, o que mudou? Como correu a última temporada? Que efeito teve este título? Qual o estatuto atual na equipa das quinas?

 

Confira a análise individual:

 

1. RUI PATRÍCIO. Melhor guarda-redes do Euro2016, arrancou para mais uma época segura na baliza do Sporting, apesar da contratação de Beto, que acabou a temporada também como seu suplente na equipa das quinas. Mesmo sem a concorrência de Anthony Lopes na Taça das Confederações, Patrício voltou a estar a um nível muito elevado no ensaio para o Mundial.

Internacionalizações pós-Euro: 12

2. BRUNO ALVES. Anunciada antes do Euro2016, a transferência para o Cagliari permitiu-lhe jogar regularmente (37 presenças), e da recente campanha na Taça das Confederações fica a ideia de que a titularidade na Seleção está mais próxima do que há um ano, embora seja preciso medir entretanto a influência da mudança para o Rangers de Pedro Caixinha.

Internacionalizações pós-Euro: 7

3. PEPE. Membro da equipa ideal do Campeonato da Europa, o «patrão» da equipa das quinas seguiu depois para a mais instável das temporadas no Real Madrid, a nível físico. Ainda assim, e já depois de confirmado o adeus ao emblema merengue, esteve igual a si próprio na Taça das Confederações. Na eficiência, mas também na desnecessária entrada que o afastou das meias-finais por castigo. Segue agora para a Turquia, onde vai representar o Besiktas.

Internacionalizações pós-Euro: 9

4. JOSÉ FONTE. Uma das boas surpresas do Euro2016, teve depois uma temporada marcada pela transferência no mercado de inverno. Deixou o Southampton, clube que representava há sete anos, e onde tinha estatuto de capitão, para rumar ao West Ham. A mudança acabou por condicionar o rendimento na segunda metade da temporada, com reflexos na Taça das Confederações, onde esteve algo distante do nível apresentado em França.

Internacionalizações pós-Euro: 9

5. RAPHAEL GUERREIRO. Considerado o melhor lateral esquerdo do Europeu, passou depois a vestir a camisola do Borussia Dortmund, para uma temporada em que confirmou trunfos valiosos (entre os quais a polivalência), mas também marcada por alguns problemas físicos cuja influência se estendeu à Rússia.

Internacionalizações pós-Euro: 8

6. RICARDO CARVALHO. O mais velho campeão europeu da história não voltou a jogar com as quinas ao peito. Fechou esse capítulo em glória, e até esteve os meses seguintes sem jogar. Só em janeiro foi recrutado por André Villas-Boas para o Shanghai SIGP, da China, e foi já depois do 39º aniversário, festejado em maio, que fez dois jogos. Os únicos no espaço de um ano.

Internacionalizações pós-Euro: 0

7. CRISTIANO RONALDO. O dia 10 de julho de 2016 foi de lágrimas para o capitão da equipa das quinas. Chorou primeiro de tristeza, por ver-se afastado da final do Europeu precocemente, devido a lesão, e depois de alegria, perante a consagração com a camisola de Portugal. Erguida a Taça Henri Delaunay, Ronaldo arrancou para mais temporada…à Ronaldo: 42 golos em 46 jogos pelo Real Madrid, equipa com a qual conquistou o Mundial de Clubes, a Liga espanhola e a Liga dos Campeões. Venceu a quarta Bola de Ouro da carreira e vai na «pole position» para repetir a distinção no final do ano.

Internacionalizações pós-Euro: 10

8. JOÃO MOUTINHO. Agora «trintão», o médio voltou a ter um ano muito preenchido, com 52 disputados pelo Mónaco, que ajudou a conquistar o título francês. A fasquia exibicional já terá estado mais elevada, mas a fiabilidade continua a fazer dele um elemento difícil de prescindir.

Internacionalizações pós-Euro: 12

9. ÉDER. Herói nacional depois do golo que valeu o título europeu, o ponta de lança teve uma temporada algo atribulada, até por algum rancor francês com que teve de lidar. Somou 37 jogos e 7 golos, mas o rendimento oscilante acabou por afastá-lo da lista para a Taça das Confederações. Aparentemente riscado das opções do novo técnico do Lille, o argentino Marcelo Bielsa, parece precisar de um novo desafio para poder reconquistar o seu espaço na Seleção.

Internacionalizações pós-Euro: 4

10. JOÃO MÁRIO. Depois da valorização no Euro, foi contratado pelo Inter a troco de 40 milhões de euros (o valor base acordado com o Sporting). A adaptação a uma nova realidade não foi fácil, até pelo momento pouco pujante do clube, que não foi além do sétimo lugar. Uma lesão acabou por afastá-lo da Taça das Confederações e a contratação de Luciano Spalletti como novo treinador do Inter levantou algumas interrogações relativamente ao seu estatuto no emblema italiano.

Internacionalizações pós-Euro: 7

11. VIEIRINHA. Perdeu a titularidade para Cédric nos oitavos de final do Campeonato da Europa, e depois da prova não voltou a jogar pela equipa das quinas. Um afastamento motivado pela má campanha do Wolfsburgo, que só no playoff evitou a despromoção da Bundesliga, e também pela afirmação de nomes como Nelson Semedo ou João Cancelo (sem esquecer o próprio Cédric).

Internacionalizações pós-Euro: 0

12. ANTHONY LOPES. Ídolo no Lyon, teve visibilidade acrescida na Liga Europa, prova em que a equipa francesa chegou às meias-finais. O guarda-redes luso-francês teve um final de época atribulado, perante as cenas de violência nas visitas ao Besiktas e ao Bastia, antes de pedir dispensa da Taça das Confederações por motivos pessoais.

Internacionalizações pós-Euro: 0

13. DANILO. Afirma-se, a cada dia que passa, como um jogador preponderante no FC Porto, mas na Seleção continua em saudável disputa com William por um lugar, com vantagem para o jogador leonino.

Internacionalizações pós-Euro: 5

14. WILLIAM CARVALHO. A concorrência não permite facilidades, mas o médio leonino tem conseguido, no último ano, conservar a preferência de Fernando Santos, patente tanto nos jogos de qualificação como na Taça das Confederações.

Internacionalizações pós-Euro: 12

15. ANDRÉ GOMES. A transferência para o Barcelona não trouxe consenso, algo que também já não reunia na Seleção, mas o rigor tático continua a ser valioso para Fernando Santos, que gosta de ter um falso ala a reforçar algum equilíbrio na zona central.

Internacionalizações pós-Euro: 12

16. RENATO SANCHES. Recrutado pelo Bayern ainda antes do Europeu, prova em que foi o melhor jovem, sentiu dificuldades algo esperadas na primeira época de Bundesliga. Fez 25 jogos pelo emblema alemão, mas apenas nove como titular, e com rendimento bastante discreto. Com isto acabou por não integrar a lista de Fernando Santos para a Taça das Confederações, e no Europeu de sub-21 também esteve distante do nível que levou o Bayern a pagar 35 milhões de euros ao Benfica.

Internacionalizações pós-Euro: 2

17. NANI. Chegou ao Valencia como campeão europeu mas encontrou um clube que parece viver uma crise de identidade, e que recentemente tem passado mais tempo a olhar para a zona de despromoção do que a lutar pelos lugares cimeiros. Fez uma época regular, ainda assim, mas longe do protagonismo há muito conquistado na Seleção.

Internacionalizações pós-Euro: 9

18. RAFA SILVA. Contratado pelo Benfica no último dia do mercado de transferências de 2016, a troco de 16 milhões de euros, o avançado teve um rendimento irregular de águia ao peito e acabou por falhar a Taça das Confederações.

Internacionalizações pós-Euro: 1

19. ELISEU. Viu reduzida a influência no Benfica, por “culpa” de Grimaldo, mas cumpre sempre que é chamado, algo que Fernando Santos tem valorizado tanto quanto Rui Vitória. A primeira opção é Raphael Guerreiro, mas ainda agora, na Taça das Confederações, o jogador açoriano esteve à altura da responsabilidade quando o colega se lesionou. A incerteza relativamente ao futuro reforça, contudo, as dúvidas quanto ao estatuto a manter na equipa das quinas.

Internacionalizações pós-Euro: 7

20. RICARDO QUARESMA. O papel de relevo no Besiktas, onde se tornou um ídolo, sustenta a sólida preponderância que conserva na Seleção. Seja como trunfo inicial ou «abre-latas», continua a ser uma opção consistente de Fernando Santos.

Internacionalizações pós-Euro: 12

21. CÉDRIC. Mesmo perante a afirmação de nomes como Nélson Semedo ou Cancelo, o lateral do Southampton tem apresentado uma regularidade notável, influenciada pelo contexto competitivo em que está inserido, e dessa forma tem segurado a titularidade. A concorrência promete, mas Cédric não desarma.

Internacionalizações pós-Euro: 7

22. EDUARDO. Protagonizou uma das mais surpreendentes transferências pós-Euro2016, mas a mudança para o Chelsea remeteu-o para um papel secundário (já esperado, seguramente), afastando-o do papel de terceiro guarda-redes da Seleção. Ainda foi titular frente a Gibraltar, mas depois saiu das opções.

Internacionalizações pós-Euro: 1

23. ADRIEN. Na Taça das Confederações, tal como no Europeu, começou como suplente mas depois conquistou a titularidade. A concorrência abunda, mas o capitão do Sporting tem, paulatinamente, conquistado o seu espaço.

Internacionalizações pós-Euro: 7