Portugal entrou da melhor maneira neste Campeonato da Europa de sub-19. Um golo solitário de Rui Pedro foi suficiente para o conjunto luso derrotar a seleção da Geórgia, anfitriã do torneio.

O resultado contradiz, de certa forma, aquilo que as duas formações produziram. A equipa de Hélio Sousa acaba por arrancar a ferros uma vitória perante um adversário aguerrido, organizado e que tem nas suas fileiras Arabidze, um dos maiores talentos desta competição, arrisque-se dizer. A exibição soberba de Diogo Costa e a frieza do avançado do FC Porto deixaram Portugal com motivos para sorrir no final do primeiro jogo deste Europeu.

FICHA E FILME DO JOGO


Embora tenha entrado em campo com três jogadores que participaram no Mundial dos sub-20, Portugal viu a Geórgia entrar melhor na partida. O talentoso pé esquerdo de Arabidze, aliada ao apoio do público georgiano que enchia o estádio em Gori, impulsionou a entrada forte dos anfitriões.

O extremo direito, que inclusive já esteve às ordens de Paulo Fonseca na equipa principal do Shakhtar, foi o autor da primeira situação de golo, antes de criar nova oportunidade desperdiçada por Sagrishvili. Diogo Costa – a figura do encontro – evitava que a Geórgia se colasse na frente logo no início da partida.

A primeira parte portuguesa, quiçá devido ao calor que se fazia sentir, ficou aquém. Muitos passes errados e grande incapacidade em ligar jogo resultaram no excesso de lances individuais e de cruzamentos para área. Contudo, essas tentativas de servir Rui Pedro nunca surtiram o efeito desejado.

A inabilidade em fazer do coletivo a sua força maior, levou os jogadores portugueses a procurarem o rasgo individual. E por pouco, Domingos Quina, após tirar de forma brilhante um adversário do caminho, não conseguiu adiantar a formação de Hélio Sousa. Esse lance foi o melhor que Portugal conseguiu na primeira metade.

Urgia-se uma melhor segunda parte da equipa das «quinas», contudo tal acabou por não acontecer.

A Geórgia voltou a entrar mais forte, embora sem conseguir materializar o ascendente na partida. Repetiu-se a história da primeira parte, com Diogo Costa a assumir o papel de protagonista.

Depois de quinze minutos sem qualquer aproximação, digna de registo, à baliza da Geórgia, eis que apareceu o talento de Rui Pedro, um rasgo pelo qual Portugal gritava há muito. Desesperadamente, convém sublinhar.

O jogador do FC Porto recebeu dentro da área, rodou sobre um adversário e foi carregado em falta. Grande penalidade cobrada pelo mesmo Rui Pedro e os portugueses na frente do marcador. Um golo contra a corrente do jogo, mas que libertou as amarras aos jovens portugueses. Portugal cresceu e tomou conta do jogo.

Logo de seguida, o mesmo Rui Pedro desperdiçou a oportunidade para bisar na partida, antes de Gedson ser expulso por acumulação de amarelos. Hélio Sousa lançou Miguel Luís e Bruno Paz para os lugares de Quina e de João Filipe e Portugal baixou, de forma a conservar a magra vantagem de que dispunha. Faltavam 20 minutos para jogar.

Giorgi Arabidze (quem mais?) fez aquilo que apenas está ao alcance dos mais talentosos. Pegou na bola e assumiu todo o jogo ofensivo da Geórgia no assalto final à baliza portuguesa. Ainda assim, a falta de discernimento de a ânsia de querer chegar ao empate tomou conta dos georgianos.

Nota para um livre cobrado por Arabidze ao qual Diogo Costa se opôs de forma brilhante. Foi o canto do cisne para a seleção da casa.

Com este triunfo Portugal alcançou a República Checa no topo do Grupo A enquanto a Geórgia segue, juntamente com a Suécia, na última posição do grupo.