Foi uma questão de tempo até Portugal aquecer os motores e descolar para uma estreia de bom nível no Europeu de sub-19 na Finlândia mas ainda com algumas arestas por limar.

Frente à Noruega, que chegou à competição com um registo de 22 golos nos seis jogos da ronda de elite, os comandados de Hélio Sousa transmitiram sensações de desconforto nos minutos iniciais, mas a partir do quarto de hora começaram a apresentar boas dinâmicas que foram abrindo fechas na estrutura da equipa nórdica.

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Mais estabilizado, Portugal tomou conta do meio-campo campo contrário e aos 21 minutos José Gomes rematou de posição frontal para boa defesa do guardião norueguês.

Rapidamente ficou traçado o raio-X de um conjunto escandinavo impiedoso no ataque mas demasiado intranquilo quando se via empurrado para o setor defensivo. Francisco Trincão, o melhor em campo na tarde e gigante dor de cabeça para os defesas contrários, deu o primeiro tiro certeiro. Depois de receber de Florentino no corredor central, puxou para o pé esquerdo e rematou colocado e rasteiro para o 1-0 de Portugal aos 24 minutos.

Com o ataque da Noruega controlado, Portugal chegou ao segundo golo aos 41 minutos com sorte à mistura. Miguel Luís recebeu de Trincão no corredor direito e tirou um cruzamento que acabou por entrar direto na baliza de Faye Lund, que se limitou a contemplar a trajetória da bola.

Segura defensivamente, a equipa das quinas conseguia controlar as quase sempre pouco convictas incursões do ataque norueguês, onde só o avançado-centro Haland se destacava. O jogador de 17 anos, filho de um antigo internacional pela seleção nórdica e associado à Juventus, atirou à barra aos 43 minutos num remate de fora da área na única oportunidade da Noruega em toda a primeira parte.

Na etapa complementar, a Noruega subiu linhas mas até aos dez minutos finais só por uma vez conseguiu importunar Diogo Costa, que negou o golo ao recém-entrado Markovic aos 63 minutos.

Portugal parecia ter as operações controladas e com a seleção nórdica muito balanceada para o ataque e descompensada no setor defensivo houve match points pelo meio. O maior deles pertenceu a José Gomes, que aos 76 minutos desperdiçou com a baliza escancarada uma jogada de 3 para 1.

O 3-0, que deixaria a equipa das quinas a salvo de qualquer percalço, deu lugar minutos depois ao 2-1, apontado por Markovic num remate colcado de fora da área.

A Noruega renasceu das cinzas e acumulou oportunidades para chegar ao empate. Haland voltou a atirar à trave e o central Ostigard falhou a emenda entre os centrais portugueses à entrada para o tempo de compensação.

O jogo terminou partido: porque os noruegueses faziam tudo para evitar a derrota e porque Portugal nem sempre foi competente ora na finalização ora a pôr gelo quando lhe era exigido.

Mas no quarto de cinco minutos de descontos, já depois de Mesaque Dju ter falhado o 3-1 isolado, Francisco Trincão aproveitou um ressalto para assinar o golo da tranquilidade na entrada em cena da equipa de Hélio Sousa no Euro sub-19 na Finlândia.