Líder do grupo com 9 pontos em três jogos... Sem perder um jogo oficial desde outubro de 2011, 23 jogos no total... Portugal é o papão desta fase de apuramento para o Europeu de 2017, na Polónia, mas o currículo não ganha jogos e, enquanto a máquina não aqueceu, a formação das Quinas foi vendo a Albânia deitar as unhas de fora e tentar agarrar os pontos.
 
Toda a gente na seleção portuguesa avisou que a goleada de 6-1 que Portugal impôs à Albânia em Tirana, jogo de arranque desta qualificação, não espelha a real diferença entre as equipas. E a formação albanesa mostrou isso mesmo nos primeiros 45 minutos em Arouca.
 
Muito bem organizada na defesa, a criar verdadeiras muralhas quando os jogadores portugueses tentavam chegar à baliza, a formação da Albânia soube aproveitar as inúmeras (demasiadas para o que é habitual) perdas de bola de Portugal a meio campo e chegar perto de Bruno Varela. O guarda-redes português mostrou ser na primeira parte um verdadeiro gigante, com enormes defesas, quando nada mais havia entre a bola e a linha de golo. Negou o tento a Lafiti, Durmishaj, e Laci. Cancelo esteve lá para impedir o de Rashica.
 
Apesar de passar por alguns sufocos, Portugal continuava a ter os olhos postos na baliza. Com os laterais Cancelo e Rafa em evidência nas transições ofensivas, faltava depois alguém dar continuidade aos lances. E, na primeira parte, isso parecia tarefa impossível. Dar boa continuidade, pelo menos. Cancelo tentou de cabeça, mas Strakosha defendeu. Mas, com as muralhas criadas instantaneamente junto aos corredores laterais chegar à área era muito difícil, por isso os avançados portugueses tentaram explorar o ponto vulnerável, a zona entre os centrais, sobretudo com remates de longe. Mané tentou, mas Strakosha não se coibiu de chegar ao limite da área, para defender. Bruno Fernandes atirou ao lado. Gonçalo rematou ao lado, por cima, à trave... O intervalo já espreitava e não havia maneira de o golo chegar. Até que Ricardo Horta, tem um gigantesco falhanço e depois a redenção. Primeiro, após um cruzamento irrepreensível de Rafa, Horta, à boca da baliza, é surpreendido ao ver a bola e não consegue rematar. Quatro minutos depois, o mesmo lance, mas em espelho. Bruno Fernandes cruza da direita e Ricardo Horta, à boca da baliza, redimiu-se e rematou para o golo.
 
Nos cinco minutos que separaram este golo do intervalo, Paciência rematou para uma enorme defesa de Strakosha, e depois, à boca da baliza, após um cruzamento de Rafa, não conseguiu o remate.
 
Mas na segunda parte a máquina já carburava normalmente e Portugal surgiu implacável. Mané marcou logo aos 47 minutos, na sequência de um canto, em que a bola lhe apareceu perfeitinha aos pés, e foi só empurrar.
 
2-0 não era suficiente para Portugal. A equipa alimenta-se de golos e ia ficando cada vez mais forte. Os ataques sucediam-se e a Albânia atrevida e perigosa da primeira parte, mal aflorou na segunda. Aos 61 minutos, Vezo, que esta tarde ocupou o lugar que é habitualmente de Edgar Ié, num cabeceamento fortíssimo, após passe perfeito de Carlos Mané, fez o terceiro. E aos 82 minutos, Gonçalo Paciência, que já tinha tentado o golo das mais variadas maneiras, fez jus ao ditado - tantas vezes o cântaro vai à fonte... – e após cruzamento de Cancelo na direita, Gonçalo apareceu para empurrar e fazer o golo que já tanto tinha feito por merecer.
 
Bastou uma parte a jogar o que sabe para Portugal voltar a golear e continuar a caminhada perfeita até ao Europeu 2017.