A máfia ataca também no futebol. Segundo Ermanno Pieroni, antigo árbitro e ex- presidente do Ancona, que foi condenado a pena de prisão por fraude e falência fraudulenta, o director-geral da Juventus, Luciano Moggi, é nada menos que «O Polvo», capaz de controlar o sistema de corrupção no futebol italiano.
Como exemplo surge um caso bem conhecido do futebol português, que envolve Jardel, quando este se transferiu do Bolton para o Ancona. Em entrevista ao jornal «La Repubblica», Pieroni conta tudo, falando das ligações de Luciano ao seu filho, Alessandro, agente de jogadores:
«Duzentos jogadores e técnicos sob contrato condicionam amigos e inimigos. Tentei fazer-me bom e contratar, por empréstimo, um avançado da empresa, o brasileiro Jardel, com peso a mais, por 650 mil euros, incluindo ¿luvas¿», refere, explicando que foi Jorge Mendes quem conduziu o negócio, depois de Jardel se ter desentendido com José Veiga.
Pieroni, que tem ainda 110 dias para cumprir de prisão domiciliária, fala em «dinheiro sujo» e «evasão fiscal». «Vivi num futebol corrupto, mas só fiz dez por cento daquilo que vi, a todos os níveis. Paguei ¿luvas¿ com dinheiro ¿sujo¿, fugi a impostos e, por isso, paguei com a prisão. Quanto àqueles que me fizeram pagar, Moggi aparece à cabeça», acusou.