A eliminação imposta pela FIFA não mata o sonho de Cabo Verde. A seleção lusófona vai recorrer da decisão e acredita ter a razão pelo seu lado. O Mundial 2014 continua a ser um objetivo.

«Temos sete dias para enviar o recurso e é isso que vamos fazer. Temos uma equipa de advogados a trabalhar esta questão, inclusive estamos a trabalhar com um especialista em direito desportivo português, o mesmo que trabalhou connosco na questão da Guiné Equatorial e estamos crentes de que a razão está do nosso lado», afirmou Mário Semedo, presidente da federação, à Lusa.

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O dirigente defende a posição cabo-verdiana. «Temos o relatório da FIFA com a lista dos jogadores e Fernando Varela não aparece castigado. Recebemos a comunicação sobre o processo no dia 10 e hoje, após uma reunião por telefone do comité de disciplina da FIFA, enviaram-nos a decisão de nove páginas», acrescentou, com estranheza, Mário Semedo.

«Não acredito que uma decisão tão extensa tenha sido produzida com esta rapidez e além disso estranhamos que uma decisão tão séria tenha sido discutida por telefone e não tenha merecido uma reunião presencial da comissão de disciplina da FIFA.»

Jogo com Guiné Equatorial é nulo

Em declarações à agência Inforpress, Mário Semedo foi mais longe, referindo: «A razão está do lado do futebol cabo-verdiano.» O dirigente adiantou que a Federação Cabo-Verdiana de Futebol (FCF) vai usar os argumentos de nulidade do jogo na Guiné Equatorial para justificar a utilização do futebolista em causa, Fernando Varela e recorrer da sentença da FIFA.

No entanto, Mário Semedo admite que a FCF tenha sido avisada «logo em Junho da pena de quatro jogos ao jogador Fernando Varela», mas que o organismo máximo que rege o futebol cabo-verdiano baseou-se então na «interpretação das leis», junto do departamento jurídico, para utilizar o futebolista nos jogos realizados após a partida de Malabo.

Em comunicado enviado hoje à imprensa, a FCF admite ter sido notificada «no passado dia 10 de Setembro, da abertura de um procedimento disciplinar proposto pela Comissão Disciplinar da FIFA».

Este procedimento disciplinar surge, explica o comunicado, porque «a FIFA comunicou à FCF que um jogador cabo-verdiano estava impedido de jogar frente à Tunísia no passado dia 7 de Setembro, em Radis, dado que este mesmo jogador se encontrava a cumprir um período de suspensão de quatro jogos».

Em conferência telefónica realizada esta quinta-feira, o Comité Disciplinar da FIFA tomou a decisão de punir a Federação Cabo-Verdiana de Futebol pela utilização de um jogador em situação irregular para enfrentar a Tunísia pelas eliminatórias africanas para a Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014, no último sábado.