Em 2002, quando abandonou a carreira de futebolista, logo após um Mundial trágico para a Seleção Nacional, Paulo Sousa guardou em casa um palmarés de rara pertinência: duas Ligas dos Campeões, uma Taça Intercontinental, um campeonato português, uma liga italiana, um Mundial sub20 e um terceiro lugar no Euro2000.

O passo seguinte foi muito pensado. E preparado. A partir de 2005, o antigo internacional português (52 internacionalizações) passou a trabalhar nos escalões de formação da FPF. Gostou e arriscou a mudança para Inglaterra.

QPR, Swansea e Leicester foram os clubes treinados por Paulo Sousa até 2011. Daí partiu para a Hungria e no Videoton conquistou os primeiros troféus na pele de treinador: duas Supertaças e uma Taça da Liga. Em 2013/14 foi campeão israelita, com o Maccabi Telavive.

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E regressou ao futebol da Europa ocidental. No Basileia lidera com autoridade a liga helvética e está, de forma fantástica, nos oitavos de final da Liga dos Campeões.

O próximo adversário é o FC Porto. Nesta longa entrevista ao Maisfutebol, parte da conversa teve, naturalmente, de passar por esse duelo tão especial.

Paulo Sousa, 44 anos, está ansioso por defrontar os dragões.

Que ideia geral tem desta equipa do Porto. Treinador diferente, muitos jogadores diferentes. Mais forte do que na época passada, como a generalidade da crítica refere?
«O FC Porto tem um plantel recheado de jogadores com um elevado nível de habilidade natural, técnica e flexibilidade tática. Tem uma combinação fantástica de futebolistas jovens e talentosos, todos suportados por atletas experientes. Esta temporada ainda não perderam nenhuma vez na Liga dos Campeões, por isso temos pela frente um grande desafio.»

Como reagiu o universo do Basileia ao sorteio?
«Nesta fase da prova qualquer equipa seria um obstáculo difícil, por isso sabemos que o Porto será um teste duríssimo para nós. Quando saiu o sorteio reagimos todos com esperança, podemos criar forte oposição ao FC Porto. Estou ansioso pela eliminatória». 

Conhece Julen Lopetegui, já teve algum contato com ele?
«Se a minha memória não me atraiçoa, creio que nunca conheci nem tive qualquer contato com o meu colega, o senhor Lopetegui».

Dos atuais jogadores do FC Porto há algum que admire de forma especial?
«Honestamente, nunca gosto de individualizar quando falo sobre equipas de futebol».

A paragem de inverno pode complicar a tarefa do Basileia ou crê que a interrupção é benéfica? [ultimo jogo foi a 9 de dezembro]
«Por um lado é bom para nós, temos a oportunidade de recarregar baterias e recuperar da fadiga acumulada na primeira metade da época. A minha equipa técnica criou um plano específico, de forma a garantir que todos os jogadores mantivessem os seus níveis físicos durante a paragem. Estamos confiantes de que a partir de fevereiro, e daí em diante, todos os atletas vão elevar os seus índices gerais: inteligência tática e leitura de jogo para, em última análise, tomarem as decisões certas. Já sentimos um pouco isto em novembro e em dezembro, aliás. Quero ver a equipa a ter novamente essa capacidade».