A união da seleção nacional fez toda a diferença na conquista do título europeu, mas as primeiras palavras de Fernando Santos para o grupo, ainda na fase de qualificação, foram fundamentais.

Em entrevista ao Maisfutebol, Cédric Soares elogiou o atual selecionador nacional, revelou qual a mensagem que o treinador sempre quis passar e demonstrou que o ambiente na seleção é de grande união, companheirismo e até familiar.

Também é de picardias... e por isso o lateral dieito do Southampton respondeu a Éder.

O Éder disse numa entrevista que o Cédric era o mais vaidoso da seleção. Confirma?

(risos) Confirmo. Preocupo-me com a imagem e gosto de me sentir bem comigo mesmo. Demoro um pouco mais do que os outros. Tenho sempre uns cinco minutos extra, mas nem há assim tanta discrepância em relação a muitos outros. (risos)

E o Éder é o mais quê?

O Éder é o que dá mais cotoveladas nos treinos! Pode escrever aí. Eu e ele no treino é só cotoveladas. Não, agora a sério… O Éder é brincalhão. Conheço-o há muitos anos, jogámos juntos na Académica e tenho um carinho muito grande por ele. Damo-nos bastante bem e para mim é um prazer fazer parte do grupo dele.

Por tudo o que se disse, ele era quem mais merecia marcar o golo da vitória?

Penso que qualquer um de nós merecia pelo que fizemos por Portugal. O Éder, depois dessas críticas e de momentos menos bons, acabou por dar essa resposta e fiquei muito feliz por ele. As pessoas não sabem, porque não estavam lá, mas ele tinha vindo a trabalhar muito ao longo do estágio e merecia. Nós que estávamos com ele sabíamos que estava num grande momento.

Foi a união que fez a diferença para o Éder e para a conquista do título?

Claramente. A união e a crença que a equipa técnica também nos passou ao longo de todo o tempo. Acabamos por ser uma grande família. Reuníamo-nos todas as noites para ver televisão e conviver, por exemplo. E isso, ao longo de tanto tempo, nem sempre é fácil, mas as coisas correram sempre de forma muito positiva e foram esses laços quase familiares que nos levaram a esta conquista.

E como lidavam com as críticas? Tinham noção do que diziam e do que escreviam sobre Portugal?

Tínhamos alguma noção e isso acabou por nos motivar ainda mais. Foi assim com a seleção da Croácia e depois com a francesa, depois de os franceses nos desvalorizarem tanto. Isso só nos deu ainda mais força para seguirmos o nosso caminho e alcançarmos o nosso objetivo.

As palavras do Fernando Santos também foram fundamentais? Ninguém acreditava no que ele dizia, ser campeão e ser recebido em festa em Portugal no dia 11 de julho…

Às vezes as conferências de imprensa não são só para vocês [jornalistas], são também mensagens para os jogadores. As palavras dele e a confiança que ele passou para todos desde o primeiro estágio deram muito bom resultado. O que nos disse logo no primeiro dia mexeu connosco.

O que é que ele disse?

Disse-nos que íamos ganhar o Euro 2016, mas que para isso tínhamos de acreditar. Foi a primeira mensagem e eu, sinceramente, não esperava que ele dissesse isso. ‘Nós vamos ser campeões da europa’. Disse-nos isso no primeiro dia e em todos os outros, desde a fase de qualificação. Dizia-nos isso, mas também que para o conseguirmos tínhamos de acreditar. Tínhamos de fazer por isso, trabalhar muito e acreditar. Foi isso que fizemos e nos momentos mais difíceis agarrámo-nos a essa crença.

Então ter Fernando Santos como selecionador até 2020 é bom…

Sem dúvida. Acho que é merecido. Nós estamos de parabéns, mas ele também. É o nosso líder. Acabámos de conseguir um grande feito e acho que podemos continuar a sonhar sempre com os objetivos bem traçados. Temos de ser positivos, temos motivos para isso.

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