Co Adriaanse precisa de um ponta-de-lança, alguém que saiba segurar a bola na frente e tenha faro de golo, com a experiência nesse capítulo que falta a jogadores portugueses e brasileiros, segundo explicou à imprensa holandesa. Após a conferência de imprensa de apresentação do Torneio de Amesterdão, o treinador do F.C. Porto trocou algumas impressões com jornalistas holandeses, que foram publicadas neste sábado. Adriaanse revelou que até preferiria Dirk Kuyt, avançado do Feyenoord que está a ser cobiçado por clubes com o o Manchester United e Liverpool, a Vennegoor of Hesselink, mas sabe que esse desejo é impossível de concretizar.
«Um jogador português ou brasileiro não pensa da melhor forma quando a bola chega à frente. Para jogar com um esquema de três avançados, preciso de alguém que tenha experiência e que consiga segurar a bola na área, a partir daí tudo fica mais fácil. Vennegoor of Hesselink seria o ideal para isso. Foi uma séria opção para nós, mas revelou-se demasiado dispendiosa. Infelizmente, penso que essa questão já não se coloca. Mas não sei se ainda há dinheiro para reforços, porque eu não tenho acesso às contas do clube», explicou o técnico, respondeu com um sorriso a um nome lançado pela imprensa do seu país: «Dirk Kuyt? Sim, até preferia tê-lo que o Vennegoor of Hesselink. Mas ele é completamente incomportável para nós.
Co Adriaanse explicou, à margem da questão do momento nas hostes portistas, as alterações introduzidas no estilo de jogo do F.C. Porto, que levaram à conquista do campeonato e da Taça de Portugal: «Quando cheguei, mudei rapidamente de sistema. O cultura de futebol não foi imediatamente compreendida. A imprensa, por exemplo, acha que era demasiado arriscada, esta postura atacante. Mas os jogadores aceitaram bem as minhas ideias, porque fizemos muitos treinos para conseguir aquilo que eu desejava.»
«Quando mais tempo passar, melhor eles me vão perceber. Também porque estipulei exercícios específicos em que os jogadores, mesmo de forma inconsciente, assimilaram o que teriam de fazer no meu sistema. Trabalho com profissionais muito disciplinados, que mostraram abertura para este novo tratamento. Não quis que os avançados ficassem parados após as perdas da bola. Quis que pressionassem imediatamente, sobre a bola e os defesas contrários. Os nossos adversários assustaram-se e cometeram esses, cedendo cantos ou entregando a bola. Infelizmente, acabámos por retirar lucros insuficientes disso, porque não marcámos muitos golos», lembrou o treinador do F.C. Porto
Para a nova temporada, Adriaanse volta a colocar a conquista do campeonato nacional no topo da lista da prioridades: «O objectivo mais importante é ser campeão, mas que fazer uma boa prestação na Liga dos Campeões. O meu objectivo pessoal é continuar a estruturar e desenvolver a equipa. Mas quero mais. Penso que temos a ganhar quando jogámos bem e acarinhámos o futebol. No nosso estádio, temos ainda, em cada jogo, 17 mil cadeiras vazias. Também quero ver esses lugares preenchidos», reafirmou.