A SAD do F.C. Porto apresentou esta quinta-feira, dia que marca também o início do período de subscrição, o novo empréstimo obrigacionista para o triénio 2006/09. O administrador Fernando Gomes deu voz às explicações técnicas, sublinhando que o período de subscrição vai até 7 de Dezembro, precisamente o dia em que o F.C. Porto terá de devolver 11,5 milhões de euros relativos ao empréstimo obrigacionista anterior.
Ora por isso, dos 15 milhões de euros que entrarão nos cofres portistas (que é quanto o empréstimo obrigacionista vai render à SAD azul e branca), 11,5 são para reembolsar os investidores que compraram obrigações no triénio 2003/06.
Para simplificar as explicações há que dizer que uma obrigação é um investimento com risco zero. O comprador é obrigado a adquirir no mínimo 20 obrigações e em múltiplos de um. O valor de cada obrigação é de cinco euros, pelo que o investimento inicial nunca poderá ser inferior a cem euros.
O que ganha o investidor
Depois disso, o investidor recebe semestralmente uma taxa de seis por cento (30 cêntimos) por cada obrigação e em Dezembro de 2009 é reembolsado de todo o montante investido. A boa notícia para os investidores está precisamente aí, na taxa de juro, que relativamente ao primeiro empréstimo obrigacionista é superior (6 por cento agora contra 5.35 por cento no anterior).
Outra boa notícia para os investidores é que, à semelhança do que aconteceu no primeiro empréstimo obrigacionista, as obrigações serão admitidas em bolsa na Euronext, e supervisionadas pela CMVM. O que quer dizer que a qualquer momento o investidor poderá negociar as obrigações para outro particular e assim receber o montante que investiu. Já agora diga-se que a subscrição está aberta a toda a gente, sócios ou não, investidores da SAD ou não, empresas ou pessoas individuais.
O que ganha o F.C. Porto
Com este empréstimo obrigacionista o F.C. Porto recebe no imediato 15 milhões de euros (relativos a três milhões de obrigações), dos quais, como já se disse, 11,5 milhões serão para reembolsar os investidores do primeiro empréstimo. A SAD azul e branca fica ainda obrigada a pagar os juros aos novos investidores, no valor de seis por cento por obrigação. Ora feitas as contas no final do empréstimo os portistas terão pago em juros qualquer coisa como 1,08 milhões de euros.
A vantagem para o clube vem por isso do facto de garantir no imediato uma facturação de grande montante que lhe permite fazer investimentos que permitam depois compensar as despesas que o empréstimo acarreta. Para além disso, e segundo explicou Fernando Gomes, o F.C. Porto adquire também uma fonte de investimento alternativa, garante estabilidade à tesouraria da SAD e consegue uma forma de controlo do passivo do clube (que actualmente é de 125 milhões de euros) a longo prazo.