Um mar de gente. Era esta a perspectiva que os jogadores do F.C. Porto tinham quando olhavam para a alameda das Antas desde uma das varandas do Estádio do Dragão. Aos cinquenta mil que assistiram ao jogo com o Desp. Aves juntaram-se muitos mais, cantando, saltando, gritando, ao ritmo dos campeões, que não paravam de fazer a festa.
«São os melhores adeptos do mundo», confessa Vítor Baía, que poderá estar a celebrar o último título da carreira como jogador, o 31º do seu currículo. «Feliz como no primeiro», fez-se acompanhar da família, assim como quase todos os outros atletas. Também Jesualdo Ferreira apareceu, um pouco mais tarde, depois da habitual conferência de imprensa, mas pediu sempre para não aparecer junto dos jogadores. «A festa é deles», disse, sempre com um ar sorridente, na noite em que celebra a conquista do seu primeiro título como campeão nacional.
Bruno Alves, Pepe e Anderson eram dos mais animados. Tocavam a pandeireta, incentivavam os adeptos, pulavam, agradeciam. «Aqui não há separações entre brasileiros, argentinos e portugueses, somos todos do Porto», avisava o «capitão» Baía, sempre respeitado no interior do balneário. Uns até o vêm como algo superior, como acontece com Lucas Mareque, que abandonou o Dragão vestido com os calções do guarda-redes.
«Foi mais difícil do que no ano passado», reconhecia Ibson, não podendo dar certezas sobre a sua continuidade no clube. Raul Meireles, por seu lado, sublinhava que se tratava de um título conquistado com «inteira justiça, pela equipa mais regular ao longo de todo o campeonato».
De Pinto da Costa nem sinal. O presidente foi reconduzido na presidência do clube, mas não foi visto na festa dos jogadores. Nem seria normal, pois costuma sempre reservar-se e deixar o espaço dedicado exclusivamente ao plantel. A festa seguirá noutros locais, em grupos mais restritos, sendo seguro que esta noite não acaba cedo.