O 4x3x3 manteve-se, mas ficou ainda mais elástico. Perdeu o «9», o avançado fixo, quando Hélder Postiga ou Adriano faziam a posição (e mesmo entre os dois havia algumas variantes) e ganhou um todo-o-terreno, capaz de aparecer em todos os quadrados do tapete com uma cobiça insaciável pelo golo.
A súbita capacidade de concretização de Lisandro López obrigou Jesualdo Ferreira a mudar os seus planos e a recuperar Tarik para a direita. Ricardo Quaresma também passaria a usar mais vezes o outro flanco, ao jeito da famosa «trivela». A Postiga, Adriano e ao goleador contratado na Argentina Ernesto Farías eram entregues papéis secundários.
O marroquino aparecia em grande forma, com golos espectaculares, esvaziando um pouco a responsabilidade de Ricardo Quaresma, algo intermitente. Lisandro parecia sobre-humano, marcando de todos os lados, tornando fáceis embates muito complicados.
No meio-campo, e porque a equipa já tinha sido obrigada a encontrar uma solução na época anterior para a lesão prolongada do jovem prodígio Anderson, nada foi alterado. Paulo Assunção, Raul Meireles e Lucho González tinham formado durante muitos meses um triângulo bem sucedido, com o argentino a assumir o papel de principal distribuir de jogo dos portistas: dez assistências para golo.
À frente de Helton surgira um problema para resolver. Pepe tinha saído por muitos milhões e era preciso encontrar um novo nome para fazer dupla com Bruno Alves. Chegou o sérvio Milan Stepanov e Pedro Emanuel estava perto do regresso depois de uma época inteira afastado por culpa de uma lesão no tendão de Aquiles. O capitão foi a primeira solução, mas novo problema físico abriu a porta a João Paulo.
O central, que chegara no início de 2006/07 de Leiria, foi a primeira escolha face à necessidade de Stepanov em adaptar-se a um futebol diferente. Mas o sérvio viria mesmo a assumir a posição, durante vários encontros, até à goleada sofrida em Liverpool. Agora, Pedro Emanuel estava de volta e não largaria o lugar. Na esquerda, havia a dúvida sobre quem levaria a melhor: Cech ou o adaptado Fucile. O uruguaio, mesmo sem a chama da época de estreia, levou a melhor sobre o eslovaco.
A baliza só mudou de dono em três jogos, devido a lesão de Helton, e de nada valeram a Nuno as boas exibições quando foi chamado. Aliás, Jesualdo foi muito resistente a mudar, mantendo sempre um núcleo duro de oito, nove jogadores, fazendo apenas uma ou outra alteração.
Equipa-tipo: Helton; Bosingwa, Pedro Emanuel, Bruno Alves e Fucile; Paulo Assunção, Raul Meireles e Lucho González; Tarik, Lisandro e Ricardo Quaresma