O relógio marcava 23.06 horas quando os primeiros jogadores subiram ao varandim do Estádio do Dragão. Nessa altura, milhares de pessoas já enchiam a Alameda do Dragão e o espaço circular ao estádio. O momento era de festa e, naturalmente, o surgimento dos jogadores provocou o delírio.

Os atletas começaram a chegar ao interior do recinto pouco depois do final do jogo do Benfica, entrando nos carros pessoais e fazendo-se acompanhar dos familiares. Ora os familiares, precisamente, foram os primeiros a subir ao varandim. Nessa altura um speaker animava o público.

Entre muitos cânticos contra o Benfica, o grito que tomou conta da noite foi sendo um «campeões no sofá», repetido várias vezes. Hulk foi dos mais animados, mas o primeiro a tomar conta do microfone foi Fernando. O público aplaudiu sobretudo o momento em que Lucho falou para a multidão.

Vítor Pereira entrou mais tarde, mas completamente eufórico: bateu no coração e abanou os braços a festejar. O treinador foi também o elemento que mais dividiu os adeptos: no momento em que foi chamado pelo speaker houve algums aplausos, mas houve também muitos assobios.

Pinto da Costa chegou quando pouco faltava para as 23.30 horas, metendo-se no odisseia de ultrapassar toda a Alameda do Dragão a pé: foi engolido pela multidão, literalmente. Recebeu abraços, beijos e muitas festas na careca. Durante longos minutos, o presidente lutou contra a multidão.

Pouco depois, já no varandim do Dragão, Pinto da Costa conversava com o Vítor Pereira e Antero Henrique, quando foi perguntado ao treinador se era capaz de também atravessar a multidão a pé. «Ao presidente, os adeptos até o beijam... A mim não sei se havia beijos ou o que havia», sorriu.

A comunhão entre adeptos e jogadores durou cerca de 40 minutos. Entre muitos gritos e cânticos contra o Benfica, a festa foi-se fazendo com brincadeiras e cerveja. Por volta das 23.40 horas, os jogadores deixaram o varandim. Antes ainda lançaram uma provocação: «Apaguem as luzes», atiraram.