O F.C. Porto emitiu um comunicado no seu site oficial a tornar pública a sua posição sobre o alargamento da Liga de 16 para 18 clubes. Já se sabia que os dragões tinham votado contra a alteração, já que, em conjunto com o Nacional, fez declaração de voto na Assembleia-Geral de segunda-feira, dando a conhecer a sua posição numa votação que é secreta.

No comunicado, os campeões nacionais esperam que a Federação «impeça que um pequeno e pouco representativo grupo de aventureiros destrua uma das acividades de que o nosso país mais se pode orgulhar».

Sobre a Assembleia-Geral da Liga, o clube apelida-a de «um dos espetáculos mais deprimentes» dos tempos recentes do futebol português, dizendo ainda que as decisões tomadas formam um «bolo de imbecilidade». Mário Figueiredo não é poupado e é acusado de ter sido eleito «à custa de promessas que prejudicam as competições e todos os clubes».

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O F.C. Porto fez-se representar na Assembleia-Geral por Antero Henrique, administrador da SAD, e pelo advogado Daniel Pereira.

Leia o comunicado do F.C. Porto na íntegra:

Um presidente errático

A Assembleia Geral do Liga Portuguesa de Futebol Profissional que decorreu ontem na cidade do Porto foi um dos espectáculos mais deprimentes dos últimos anos no futebol português. Mudar as regras a meio do jogo, decidindo um alargamento sem a mínima sustentabilidade, anulando as normais despromoções, que são um garante da integridade e estabilidade de uma competição desportiva, foram a cereja no topo de um bolo de imbecilidade.

Esta triste história vem na sequência da trajectória errática do presidente Mário Figueiredo, que de manhã diz uma coisa e à tarde faz outra. Todos nos lembramos de ter publicamente afirmado que não concebia um campeonato sem despromoções, mas ontem já o desdisse sem qualquer pudor.

O presidente da Liga não defende o futebol português, defende-se sim a si próprio e ao lugar a que chegou à custa de promessas que prejudicam as competições e todos os clubes, mesmo aqueles que circunstancialmente pensam poder beneficiar no imediato da inconstância do presidente.

O FC Porto defende para esta recta final do campeonato a normalidade competitiva e espera que urgentemente a Federação Portuguesa de Futebol impeça que um pequeno e pouco representativo grupo de aventureiros destrua uma das actividades de que o nosso país mais se pode orgulhar e em que o FC Porto tem desempenhado um papel ímpar.

Perante os atropelos às normas estatutárias e regulamentares ocorridas durante a Assembleia Geral de segunda-feira o FC Porto não pode deixar de exigir a reposição da regularidade através do competente recurso para o Conselho de Justiça da FPF.

[texto original escrito na ortografia antiga]