Fábio Coentrão foi o convidado semanal da entrevista Maisfutebol/Rádio Clube. O internacional sub-21 não poupa o seleccionador Agostinho Oliveira e diz não entender as constantes ausências na selecção de esperanças. «Fui completamente esquecido», lamenta. Di Maria e o Mundial sub20 de 2007 merecem também considerações.
Para um jovem como o Fábio é importante ter colegas experientes na equipa, como o Niquinha, o Gaspar ou o Bruno Mendes?
É. O Niquinha ajuda-me muito. Quando estou mal chega perto de mim e dá-me imensos conselhos, porque aquilo que eu vivo ele também já viveu. Com o Gaspar e o Bruno é a mesma coisa.
O Carlos Brito é o treinador que melhor percebe o Fábio Coentrão, enquanto atleta e ser humano?
Foi ele que me lançou no futebol sénior com 16 anos e isso diz muita coisa. Fico feliz por tê-lo reencontrado. Ele conhece-me bem. O Carlos sabe que, se eu fizer um jogo menos bom, compenso na semana seguinte. Tenho jogado e sinto-me motivado, mas o técnico trata toda a gente da mesma forma. Infelizmente, só 11 é que jogam de início em cada partida.
Acha que é melhor do que o Di Maria, um jogador que ocupa a sua posição no Benfica?
Acho que sou um jogador com muita qualidade e sei que ele também o é. Mas não vou estar aqui a reduzir aquilo que valho. Tenho de pensar que ninguém é melhor do que eu.
Cruzaram-se no Mundial de sub-20. Que recordações guarda dessa prova realizada em Julho de 2007?
Pessoalmente correu-me muito bem, mas colectivamente foi mau. Vencemos só um jogo e fomos eliminados nos oitavos-de-final. Tínhamos uma equipa muito boa. Não sei explicar o que nos aconteceu. Podíamos ter chegado muito longe. Não compreendo.
Como era o ambiente que se vivia na comitiva portuguesa?
Entre os jogadores era muito bom. O resto não me interessava. Acho que todos ficámos mal vistos. Depois do que fizemos lá, só podíamos voltar envergonhados.
Esse Mundial prejudicou a vossa vida nas selecções nacionais?
Acho que não. O André Marques ainda agora foi pré-convocado pelo Carlos Queiroz. Eu quero lá voltar. Tenho tudo para fazer parte dos sub-21 e não entendo os motivos da minha ausência persistente nas convocatórias. Ando com isto entalado. Não sei o que fiz, mas parece que o treinador Agostinho Oliveira tem algo contra mim.
E tem razões para isso?
Acho que não. Ando a trabalhar bem e acho que merecia pelo menos ser observado num estágio. Estou completamente esquecido pelo seleccionador nacional de sub-21.