Há uma imagem de marca de Falcao (e não tem nada a ver com golos): o colombiano gosta de levar a bola para casa quando tem uma noite especial. Fê-lo a primeira vez com o Spartak Moscovo, quando marcou três golos, e repetiu o gesto no fim da vitória sobre o Villarreal, quando apontou quatro golos.

Ora por isso perguntou-se-lhe se gostava de levar a bola da final de Dublin para casa. O que seria um excelente sinal. «Espero é levar para casa o troféu para casa», disse. «A bola não ficaria mal na minha colecção, mas hoje assinava já por baixo a vitória com um golo nem que fosse do guarda-redes.»

«Porto favorito em Dublin? O Vítor Baía não joga»

O colombiano foi o último dos jogadores a falar durante o Media Open Day do F.C. Porto, um dia em que os jornalistas podem falar com todos os jogadores por ordem da UEFA, e fez questão de referir que está a viver uma fase única. «É o jogo mais importante da minha carreira, sem dúvida», disse.

«É uma final de uma liga europeia e naturalmente que é importantíssima. O mais relevante, o que todos estamos a pensar, é apenas em levantar o troféu em Dublin. Enfrentámos todas as competições com uma grande mentalidade e na final só entramos com o pensamento de ganhar, claro», atirou.

Pelo caminho perguntou-se a Falcao se tinha a noção que a maior parte dos olhos do mundo em Dublin vão estar nele. «Se tiver a bola, obviamente que vão estar a olhar para mim. Se não a tiver, ninguém quer saber de mim», brincou o avançado entre sorrisos. «Não penso e às vezes não ouço o que se fala.»

A partir daí Falcao partiu para o futuro. «Tenho mais dois anos de contrato, todos os dias sai nos jornais alguma coisa de jogadores, por isso só posso pensar em fazer as coisas bem, depois o futuro fica para o clube e o presidente decidirem», revelou. «Mas acho que todos estamos felizes no F.C. Porto.»

«O melhor golo? Hummm... É difícil lembrar-me de todos»

Numa parte da conversa puramente mais pessoal, foi lançado um desafio a Falcao: eleger o melhor entre os dezassete golos que já marcou na Europa. «O melhor?», questionou antes de fazer uma longa pausa para pensar. «Hummmm... Lembrar-me de cada um dos dezassete golos agora é difícil.»

Por isso finalizou depressa. «Acho que todos são especiais. Gosto muito de fazer golos e eleger um é difícil. Para me lembrar de um por um iria demorar toda a tarde», atirou. «Ser o melhor marcador algo muito bom a nível pessoal, mas que não é o principal porque sobretudo quero ganhar a competição.»

«Ser o melhor marcador de uma prova europeia é algo difícil de alcançar, por isso tenho de agradecer à equipa por me ajudar e a Deus por me dar esta possibilidade. Até que um jogador faça 17 golos numa época, vou ser o melhor marcador. Agora quero fazer mais golos, mas o importante é que a equipa ganhe.»

A finalizar ficou uma confissão: ser o melhor marcador de sempre de uma competição europeia é algo que o enche de orgulho. O colombiano, recorde-se, já apontou dezasseis golos na Europa, mais um na pré-eliminatória com o Genk que a UEFA não contabiliza como um golo oficial de época.

Mas a verdade, adianta, é que nunca foi um objectivo. «Só me dei conta que tinha empatado com Klismann depois do primeiro jogo com o Villarreal, quando fui informado por um jornalista alemão», disse. «Mas nem fazia ideia. Depois no segundo jogo ultrapassei essa meta e estou muito feliz.»