Há dois meses, Falcao tinha acabado de decidir um clássico (com o Sporting) e de garantir a vitória sobre o At. Madrid, que embalava o F.C. Porto para uma boa campanha na Liga dos Campeões. A sua eficácia era, nessa altura, o melhor calmante para uma equipa que se debatia com as incertezas da difícil sucessão de Lisandro e Lucho.
Agora, o cenário inverte-se: o F.C. Porto dá sinais de sair da fossa, Jesualdo começa a estabilizar a fórmula - parece uma evidência que o futuro passa por Belluschi e a recuperação de Varela traz novas soluções ofensivas. Mas mesmo quando joga melhor esbarra na intranquilidade do seu ponta-de-lança, que há quatro jornadas não marca para a Liga desde.
Falcao não perdeu qualidades, nem desaprendeu de jogar em dois meses. Simplesmente saiu do estado de graça inicial e entrou num daqueles ciclos que todos os avançados receiam: a ansiedade faz aparecer os erros e estes fazem aumentar a ansiedade, acentuando o divórcio com a bola e a baliza.
Mesmo escrevendo direito por linhas tortas, tamanho o erro de julgamento de Paulo Costa, o penalty falhado com o Rio Ave não vai, por certo, ajudar o colombiano a ultrapassar as angústias. E a boa resposta de Farías - mais uma - reforça um cenário em que a cura de banco parece a saída mais rápida para o problema.