João Pedro Sousa, treinador do Famalicão, em declarações na sala de imprensa após a derrota por 1-0 em casa, diante do Arouca, na 26.ª jornada da Liga:

«[Famalicão diferente daquele que perdeu na primeira volta em Arouca] Há uma diferença grande. A nossa estrutura posicional alterou bastante, somos mais equipa, mais consistentes, estamos melhor defensiva e ofensivamente, com caminhos mais definidos, na altura tínhamos 15 dias de trabalho. Com este tempo todo fizemos crescer a equipa, crescemos em algumas coisas e os resultados foram ajudando. Olhamos para trás, vimos o jogo e sabíamos que não podíamos repetir. Sabíamos que não ia acontecer, mas o resultado não conseguimos alterar.

[Famalicão foi superior? Como analisa o jogo?] Entrámos bem, tivemos algumas oportunidades, não esquecer que o nosso adversário tem muita qualidade. É uma equipa com processos muito rápidos, muito vertical quando ganha a bola. Não podíamos ser desequilibrados mesmo quando tentávamos atacar. Conseguimos algumas aproximações, não tantas como gostaríamos. Vários remates, mas só um enquadrado. Não conseguimos finalizar e pesa um bocadinho no resultado, a equipa começou a ficar nervosa. Controlámos muito o que o Arouca consegue fazer aos adversários, estivemos bem no processo defensivo, mas não desorganizámos o adversário em termos ofensivos. Nunca colocámos muitos problemas ao Arouca em zonas de finalização, as oportunidades não foram com a qualidade que deveriam ser.

Depois, surge o penálti, um lance normal, é penálti. Perdemos o jogo por inoperância ofensiva e porque o Arouca aproveitou a grande oportunidade que teve. Teve outra aos 40m, num ataque rápido e sabíamos que aí são muito fortes, mas depois pouco ou nada permitimos.

[Otávio fez um penálti na estreia. Como o vai confortar?] O balneário está triste, o Otávio também. É importante perceber o erro, mas aqui temos uma forma particular de trabalhar. Este tipo de erros acontece no futebol. É uma situação normal, não queremos repetir, mas estamos a falar de um jogador que chegou há pouco tempo, está num contexto diferente, é jovem, tem tido experiência nos sub-23, rendeu o colega [Mihaj] que saiu por lesão e está preparado para competir. Temos de perceber. Daqui a uns meses vamos falar dele e de outros como jogadores promissores, jogadores para depois conseguirmos mais valias. Vai ser um desses jogadores, mas temos de passar por esta fase. Dentro do jogo fez coisas boas e, se jogar em Paços de Ferreira, vai fazer coisas boas como faz durante a semana. Tem a confiança total do treinador.

[Com oito pontos de diferença para o quinto lugar, a Europa ficou impossível?] É importante para nós, a esta jornada, termos 33 pontos, porque nos anos anteriores tínhamos muita dificuldade em chegar a esta altura com estes pontos. Temos de projetar o futuro imediato. Importante era pensar em ganhar ao Arouca, pensar mais além é gastar energias em coisas que não conseguimos controlar. O que vamos trabalhar agora é ir a Paços de Ferreira e tentar ganhar o jogo. Não estamos em condições de pensar, com um calendário complicado, mais além. É um erro.

Há coisas que temos de melhorar para fazermos um Famalicão forte, de forma a, para o ano, a esta jornada, ter mais pontos e alcançar lugares mais altos. Hoje, não o podemos fazer, ainda há poucos meses estávamos numa situação difícil, custou muito a sair dela. É continuar a trabalhar e tentar ganhar os jogos.»