Diz-se que os dérbis nem sempre são bem disputados. Que, muitas vezes, o nervosismo se sobrepõe a tudo o resto. Na antevisão, José Mota, treinador do Farense, até tinha alertado para isso.

Disse o técnico: «não podemos ter mais responsabilidade nuns jogos do que noutros».

Mas o alerta de pouco valeu; no dérbi algarvio, venceu a melhor a equipa, aquela que mais atacou, que mais lutou, que melhor encarou o jogo: o Portimonense.

A história jogava a favor da equipa da casa - os alvinegros nunca tinham perdido frente ao Farense, a jogar no seu reduto, em jogos da I Liga.

Esta foi a sétima vez que ambos os clubes algarvios se encontram, em Portimão, em partidas do principal escalão do futebol português… e a história voltou a sorrir ao Portimonense.

As equipas até vinham de momentos bem distintos: os comandados de Paulo Sérgio somavam três derrotas consecutivos, enquanto o Farense vinha de uma vitória moralizadora, frente ao Gil Vicente, alcançada nos minutos finais.

Mas, também como se costuma dizer nos dérbis, muitas vezes quem está pior… é quem ganha.

O domínio do Portimonense começou desde cedo.

Com três alterações no 11 inicial face à derrota em Vila do Conde (entradas de Kosuke, Formiga e Jasper), os alvinegros tiveram mais bola – e quando a perdiam, rapidamente caiam em cima do jogador adversário para a recuperar.

Aos minutos 6 e 8, Pedrão e Ronnie testaram a atenção de Ricardo Velho; aos 23, o mesmo Ronnie quase aproveitou um desentendimento entre o guarda-redes do Farense e Gonçalo Silva.

O melhor período do Farense coincidiu com os últimos 15 minutos da primeira parte. Foi aí que o jogo foi mais equilibrado, apesar de as ocasiões sérias de golo terem escasseado.

Fabrício, aos 39m, ainda obrigou Nakamura a uma boa defesa, com um remate dentro da área, mas o jogo foi empatado para o intervalo.

Se, no primeiro tempo já pouco Farense tinha existido, no segundo… ainda menos. O Portimonense, mesmo sem grandes oportunidades, atacava mais e estava instalado no meio campo adversário.

A recompensa viria ao minuto 59. Fran Delgado fez falta sobre Alemão dentro da área e Fábio Veríssimo não hesitou em marcar penálti.

Chamado a converter, Carlinhos não falhou e bateu Ricardo Velho.

Com o golo, o Farense atacou mais, mas Kosuke foi um mero espectador – nem as substituições trouxeram aos comandados de José Mota melhorias substanciais.

O Portimonense venceu o dérbi, que contou com um protesto de polícias nas bancadas, e acaba a primeira volta com um triunfo importante que o faz chegar aos 18 pontos.

Já o Farense, ainda não foi desta que ganhou em Portimão em jogos da I Liga.