Joaquim Teixeira, o treinador do Leça, e Manuel Balela, o treinador do Farense, concordam num ponto - a falta de luz que marcou o prolongamento foi um aspecto altamente criticável: «Assistiu-se a 20 minutos de futebol-fantasma», acusou o técnico leceiro. Balela foi ainda mais duro: «Foi a maior vergonha a que já assisti em toda a minha vida! Como jogador ou como treinador, não me lembro de uma situação assim». 

Prosseguindo nas suas acusações, Manue Balela comentou: «Se o Farense tivesse ganho no prolongamento, assumo que diria que não teríamos mérito nessa vitória. Podiater acontecido algo de muito grave esta partida. Como não se via nada, até um apanha-bola poderia ter posto uma bola dentro da baliza, que ninguém reparava. Se algum jogador se tivesse magoado, quem seria responsabilizado?». Para Balela, as principais responsabilidades do que se passou deverão ser assacadas ao árbitro da partida: «Quem é que manda no jogo? Não é o árbitro?», questionou o técnico do Farense. 

«Mais um jogo vai complicar» (Joaquim Teixeira)  

Joaquim Teixeira considerou que o Leça esteve «mais perto da vitória», mas admitiu que o empate foi um resultado aceitável: «Tentámos resolver aqui a eliminatória, mas foi melhor ir a segundo jogo do que perder já a eliminatória». 

Teixeira reconhece que uma deslocação a Faro não vem nada a calhar: «É mais uma partida, num plano de trabalhos já muito sobrecarregado que temos. Preferia que fosse a 10 de Janeiro, depois do jogo de Setúbal, porque 3 de Janeiro é uma data muito próxima à passagem d¿Ano, há jogadores estrangeiros que já tinham tido autorização para estar fora do país, é aborrecido tem que mudar isso tudo...» 

«Parecia a Branca de Neve...» (Manuel Balela) 

Por sua vez, Manuel Balela, o treinador do Farense, reconheceu que a sua equipa não esteve bem, mas reforçou que as más condições do terreno impediram que a turma algarvia estivesse melhor: «Era difícil fazer melhor. O Farense tentou resolver as coisas hoje, mas o Leça também procurou o golo e também teve as suas ocasiões. Se as condições do relvado fossem outras, tentaríamos um outro tipo de jogo. Mas não foi possível». 

Voltando à questão da falta de luz, Manuel Balela não poupou críticas em relação ao que se passou: «Assistimos a algo parecido com o filme «Branca de Neve e os Sete Anões»... Foi uma vergonha de todo o tamanho. Para mim, só houve 90 minutos de futebol. O prolongamento não contou...» 

Desencontro de datas 

O jogo de desempate no Estádio São Luís, em Faro, será disputado a 3 de Janeiro de 2001, curiosamente o mesmo dia em que se realiza, a poucos quilómetros de distância, o Louletano-Benfica. O Leça opôs-se a essa data, uma vez que Joaquim Teixeira preferia que o jogo no São Luís se disputasse a 10 de Janeiro, uma semana depois. Os algarvios estiveram contra, optando pela data de 3 de Janeiro. Dado que não houve consenso entre os clubes, imperou a data previamente marcada pela Federação Portuguesa de Futebol.