Tendo em conta a recente eliminação do F.C. Porto da Liga dos Campeões, foi com um verdadeiro espírito revanchista que as velhas glórias portistas entraram no recinto de jogo.

Uma vitória frente aos malaguenhos correspondia ao primeiro lugar na fase de grupos desta sexta edição da Liga Fertiberia, um torneio em que o F.C. Porto se apresenta como a única equipa não espanhola em prova.

Acumulando duas vitórias, frente ao Celta de Vigo e ao Dep. da Corunha, e uma derrota, ante o Valladolid, era com esta última formação que os azuis e brancos discutiam o lugar cimeiro do seu grupo.

No final, uma goleada das antigas: 9-3 aos andaluzes.

Domingos, Capucho e Gomes: reis dos aplausos

Os jogadores entraram no recinto de jogo um por um e as grandes ovações foram, indubitavelmente, para Domingos Paciência, Capucho e Fernando Gomes. Foi num verdadeiro clima de festa que se iniciou a partida, e nem o veterano e carismático «trompetista das Antas» faltou a este deleite revivalista.

O repertório já não é bem o mesmo e temas como a banda sonora da série «Dallas» já não se fazem ouvir. Porém, a força, o crer e a vontade de apoiar a equipa azul e branca mantêm-se os mesmos de outrora.

Capucho fez o primeiro da noite e colocou o Dragão Caixa ao rubro. Quase de seguida, foi Pedro Mendes que, numa arrancada incrível desde o meio-campo, levou a bola controlada pelo corredor direito e rematou furiosamente para o golo. O público aplaudiu de pé.

O entendimento entre os jogadores do FC Porto é de tal forma perfeito, que parece nunca terem deixado de jogar juntos ou, pelo menos, de jogar.



Folha, de livre direto, apontou o terceiro da equipa portista, com um portentoso remate que não deu quaisquer hipóteses a Haro, que já antes havia brilhado, com uma intervenção difícil, após remate de Pedro Mendes.

Haro, de resto, foi o melhor jogador em campo por parte da turma visitante, nos primeiros 30 minutos, com inúmeras defesas impossíveis.

Contra a corrente do jogo, surgiu o golo do Málaga, através de um livre direto apontado por Raul Delgado, num lance em tudo semelhante ao protagonizado momentos antes por Folha.

Um pequeno desentendimento entre Folha e Capucho

No recomeço do jogou houve um pequeno desentendimento entre Folha e Capucho. A discussão entre os dois foi curta, pois já são muitos os anos de amizade e companheirismo.

Para sarar possíveis feridas no seio da equipa, Pedro Mendes, novamente ele, rematou cruzado para o quarto golo do FC Porto.

A festa lá seguiu o seu caminho recheada de palmas e de cânticos de incentivo que levaram esta vitrina de estrelas a marcar mais um golo, numa jogada de entendimento entre Pedro Mendes e Folha, finalizada por este último.

O Málaga reduziu para 5-2 ainda antes dos 15 minutos do segundo tempo.

Desta vez não há Vitor Baía a defender as redes portistas, mas Rui Correia não deixa os seus créditos por mãos alheias e efetuou uma exibição sem sombra de mácula, com várias defesas de dificuldade elevada. Porém, acabou por permitir o terceiro dos malaguenhos.

O festejo mais efusivo da noite estava reservado para o golo número seis do FC Porto. Claro, Domingos Paciência foi o autor. Domingos Paciência bisou depois ao fazer o 7-3.

Mais um golo, bis de Capucho. Antes do final do encontro, Rui Correia, depois de uma excelente exibição, foi ovacionado efusivamente ao ser rendido por José Carlos.

Este verdadeiro jogo de estrelas não estaria completo sem que houvesse um hat-trick e Capucho encarregou-se disso.

Ficha de Jogo:

FC Porto: Rui Correia (GR), Pedro Emanuel, Latapy, Fernando Gomes, Folha, Bessa, Bino, Capucho, Pedro Mendes, Domingos Paciência, Zé Nando, Mário Silva e José Carlos (GR).

Treinador: Luís Castro

Málaga: Haro (GR); Ayala, Raul Delgado, Villar, Zuniga, Dani Campos, Padilla, Fernando Daniel e Burrezo.