Julen Lopetegui fez seis mudanças no onze do F.C. Porto para a receção ao Boavista (0-0) e eleveu a sua marca: média de 3,4 alterações a cada compromisso da formação azul e branca na temporada 2014/15.

Os dragões têm mais jogos que os principais rivais, face à presença no play-off de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões, mas o cálculo de uma média permite concluir que Lopetegui tem rodado mais a equipa que Marco Silva e Jorge Jesus. Bem mais, aliás.

Ao contrário dos seus homólogos de Sporting e Benfica, o técnico espanhol nunca repetiu o onze e só por uma vez limitou o processo a alteração única. No primeiro embate com o Lille, em França, Ricardo Quaresma ficou no banco de suplentes para a entrada de Casemiro.

A partir daí, procurando aproveitar e rentabilizar as opções existentes no plantel, Julen Lopetegui seguiu uma lógica de 3 ou 4 mudanças por jogo.

As lesões de Alex Sandro, Tello e Óliver explicam parte do fenómeno, mas a rotatitividade vai mais longe. Após a goleada frente ao BATE Borisov para a Champions, aliás, a equipa técnica do F.C. Porto apostou em seis alterações no onze, mais que nunca, promovendo duas estreias absolutas.

A expulsão prematura de Maicon comprometeu as aspirações da equipa, com o Boavista a resgatar um nulo no Dragão (0-0), o segundo empate consecutivo para os azuis e brancos na Liga.

As mudanças de jogo para jogo no F.C. Porto

8 jogos, 24 mudanças (média de 3,4 por jogo)

F.C. Porto-Marítimo: primeiro jogo.

Lille-F.C. Porto: saiu do onze Quaresma, entrou Casemiro

P. Ferreira-F.C. Porto: saíram Danilo, Óliver, Herrera e Brahimi, entraram Ricardo Pereira, Evandro, Tello e Adrián.

F.C. Porto-Lille: saíram Ricardo, Evandro, Tello e Adrián, entraram Danilo, Óliver, Herrera e Brahimi.

F.C. Porto-Moreirense: saíram Alex Sandro, Ruben Neves e Herrera, entraram José Ángel, Quaresma e Ádrian.

V. Guimarães-F.C. Porto: saíram Óliver, Quaresma e Adrián, entraram Rúben Neves, Herrera e Quintero.

F.C. Porto-BATE Borisov: saíram José Ángel, Rúben Neves e Quintero, entraram Alex Sandro, Quaresma e Ádrian.

F.C. Porto-Boavista: saíram Fabiano, Alex Sandro, Martins Indi, Casemiro, Quaresma e Adrián, entraram Andrés Fernández, José Ángel, Marcano, Rúben Neves, Evandro e Tello.

Média abaixo das duas alterações por jogo no Sporting

O Sporting, que recebe o F.C. Porto na próxima jornada da Liga, tem mantido a estrutura base ao longo dos seis jogos disputados até ao momento. Marco Silva fez três alterações entra a primeira e a segunda jornada mas Heldon foi o único a sair do onze por opção, abrindo espaço para a entrada de Nani.

No clássico frente ao Benfica, o técnico recuperou William (cumpriu castigo) e Islam Slimani, que fora reintregado nos trabalhos do plantel. Para o Belenenses, não fez qualquer alteração e na visita ao Maribor limitou-se a colocar o regressado Cédric de início, sacrificando Ricardo Esgaio.

O empate na Eslovénia motivou uma reação clara de Marco Silva, que voltou às três mudanças no onze, duas por opção técnica. João Mário e Diego Capel foram as apostas do técnico. Em suma, a média abaixo de um par de alterações (1,8) por jogo.

As mudanças de jogo para jogo no Sporting

6 jogos, 9 mudanças (média de 1,8 por jogo)

Académica-Sporting: primeiro jogo.

Sporting-Arouca: saíram do onze Cedric, William e Heldon, entraram Esgaio, Oriol Rossell e Nani.

Benfica-Sporting: saíram Oriol Rossell e Montero, entraram William e Slimani.

Sporting-Belenenses: nenhuma alteração.

Maribor-Sporting: saiu Esgaio, entrou Cedric.

Gil Vicente-Sporting: saíram Jefferson, André Martins e Carrillo, entraram Jonathan Silva, João Mário e Capel.

Jorge Jesus definiu o onze e manteve as apostas

No Benfica, Jorge Jesus fez as alterações necessárias após a venda de alguns ativos mas definiu o seu onze e manteve as apostas ao longo dos sete jogos realizados. Em duas situações, aliás, repetiu a equipa inicial.

O treinador encarnado parece avesso a mudanças nesta fase, procurando a estabilidade do campeão nacional, e só por uma vez chegou a duas alterações no onze. A lesão de Ruben Amorim a isso obrigou.

No Bessa, sem Enzo Pérez, Jorge Jesus apostou em Franco Jara. Entretanto, recuperou o argentino e lançou André Almeida no clássico. O português saiu para dar espaço a Samaris, em Setúbal, e nada mudou para a receção ao Zenit, na Liga dos Campeões. Frente ao Moreirense, surgiu Júlio César na baliza do Benfica, em vez de Artur Moraes, expulso na derrota europeia.

Ou seja, Jorge Jesus apresenta-se como o técnico mais conservador – observando a repetida aposta no onze – entre os três que orientam os «grandes». Média inferior a uma mudança por jogo para o atual líder do campeonato nacional.

As mudanças de jogo para jogo no Benfica

7 jogos, 5 mudanças (média de 0,8 por jogo)

Benfica-Rio Ave: primeiro jogo.

Benfica-P. Ferreira: sem mudanças.

Boavista-Benfica: saiu Enzo Pérez do onze, entrou Jara.

Benfica-Sporting: saíram Jara e Ruben Amorim, entraram Enzo Pérez e André Almeida.

V. Setúbal-Benfica: saiu André Almeida, entrou Samaris.

Benfica-Zenit: sem mudanças.

Benfica-Moreirense: saiu Artur Moraes, entrou Júlio César.

PS: o cálculo das alterações nos onzes não tem, naturalmente, em conta o primeiro jogo de cada equipa. Ou seja, se o F.C. Porto realizou 8 jogos até ao momento, dividiram-se as 24 mudanças por 7. E assim sucessivamente.