Sérgio Conceição esclareceu que a última declaração que fez não visava pedir desculpas a Rui Vitória, treinador do Benfica, mas apenas lamentar um «exemplo menos feliz» que tinha escolhido, após o jogo frente ao V. Guimarães, quando comparou o treinador encarnado a um boneco do filho.

Rui Vitória afirmou, antes do duelo com o Sp. Braga, que era importante que não se passassem certos limites e a resposta de Sérgio Conceição não se fez esperar.

«Tenho muito pouca vontade de me alongar mais e de falar mais. Quero esclarecer uma coisa muito importante: eu não voltei atrás no que disse. Lamentei que um exemplo menos feliz da minha parte, o levassem à ofensa. Não quis ofender, falei de incoerência. As minhas responsabilidades assumo sempre porque sou frontal. Se mandar umas indiretas não posso assumir responsabilidades do que digo, são coisas que ficam no ar. Assumi a responsabilidade do que disse e vim aqui dizer que lamentava. Não é desculpa nenhuma. Não tenho de pedir desculpa a ninguém. Lamentei um exemplo menos feliz que levou a que quase parasse Portugal e ontem nos jornais falou-se em revolta e resposta. Nada disso», começou por dizer.

Depois prosseguiu num discurso mais assertivo, lembrando uma antiga troca de argumentos entre Rui Vitória e Jorge Jesus, quando o treinador do Benfica disse que a importância que dava ao treinador do Sporting era menor do que a um «vendedor de pipocas».

«Tenho respeito por toda a gente. Tenho respeito por uma instituição, seja a minha ou rival, pelos roupeiros adversários, pelos vendedores de pipocas, pelos treinadores, pelos presidentes, por toda a gente. O verdadeiro limite no futebol é o respeito pela verdade desportiva. Isso é que é o limite. É o respeito pela verdade desportiva. E com isto quero concluir. O que quero falar por mim são os resultados, a minha equipa, o futebol que praticamos», insistiu Conceição.

De qualquer forma, acabou por continuar mais um pouco, falando também da sua carreira até ao posto que hoje ocupa.

«Não sou um yes man. Não faço parte desse grupo de pessoas que são mais dadas a dizer sim do que não. Eu não. Digo o que sinto, o que penso. Fui assim como jogador. Fui sempre assim como treinador desde que comecei como adjunto na Bélgica e foi assim que cheguei ao FC Porto», frisou.

Insistindo, reiterou: «O verdadeiro limite é o respeito pela verdade desportiva. Depois o limite para mim, em termos de discurso, pode não ser para outro. Por isso é que eu respeito o vendedor de pipocas, um colega de trabalho, um outro treinador, o roupeiro. O exemplo que dei foi menos feliz, lamento. Mas não estou a pedir desculpa a ninguém. Só estou a dizer que lamento. A incoerência que falei continuo a reafirmar e a dizer. Ponto final. Nem quero falar mais disso.»

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