Mais ou menos conhecidos, mais ou menos consagrados, com maior ou menor expectativa à sua volta, o Clássico B mostrou alguns dos produtos que FC Porto e Benfica prepararam para a próxima geração. Há uma expressão inglesa que traduz melhor a ideia: the next guys on the line (os próximos da fila).

Num bom jogo, entre duas equipas sem excessivos cuidados defensivos e preocupadas, essencialmente em jogar futebol, pese uma ou outra confusão a lembrar que, mesmo em formato B, não deixavam de ser FC Porto e Benfica a estar em campo, houve quem aproveitasse melhor as oportunidades.

A crónica da igualdade no Clássico B

Desde logo na baliza, onde, talvez porque foram os dragões a atacar mais durante mais tempo, André Ferreira mostrou-se em bom nível. O guarda-redes do Benfica fez duas defesas incríveis na primeira parte, qual delas a melhor. Num duelo com João Costa, guarda-redes portista, André Ferreira levaria nota melhor. Mais trabalho, melhores intervenções, ficando a dúvida sobre o que poderia o guardião portista fazer no golo do empate, fosse outra a abordagem ao lance. Mas, aí, as culpas são repartidas pela linha defensiva azul e branca.

Nesse quarteto, de resto, destacou-se Inácio. Depois da prometedora estreia na equipa A, a meio da semana, voltou à formação secundária confiante e mostrou isso. Sobretudo na primeira parte mostrou qualidade a atacar e segurança a defender. O reforço pescado no São Paulo dá passos certos para poder ser aposta de futuro, assim o FC Porto o queira.

Palmer-Brown foi o melhor dos quatro centrais em campo. A estampa física nem deixa perceber bem que há ali um jogador de qualidade. Rápido, decidido e eficaz pelo centro. Uns furos acima de Chidozie, que se destacou essencialmente num corte a evitar um contra-ataque encarnado de quatro para dois ainda o jogo estava 1-0. Do lado do Benfica não há muito a registar sobre Kalaica, que até acabou a jogar no meio campo, e Francisco Ferreira. Exibição segura da dupla, ainda que o entendimento não tenha sido perfeito: basta ver as três oportunidades que Areias dispôs.

Do quarteto defensivo do Benfica destacou-se Yuri Ribeiro, um valor a seguir, já internacional sub-21, pois Alan Benítez tentou ser expedito a atacar, sem grande sucesso, e foi, sobretudo, sofrível a defender, face à pressão de Inácio e Ruben Macedo. O extremo portista foi bastante superior a Kayembe esta tarde. Mais vertical, sobretudo, característica intrínseca no seu futebol.

Ainda no lado azul e branco, não há como não destacar o trio do meio campo. Sobretudo Fede Varela. Qualidade imensa neste argentino, que é a novidade deste ano. Omar Govea e Francisco Ramos, autor do golo, já são conhecidos da época passada. Varela tem vindo a afirmar-se e o toque de bola é de craque. 

Como craque é, evidentemente, Diogo Gonçalves, o melhor jogador de campo do Benfica. Durante muito tempo foi só ele a criar perigo, ou, pelo menos, a estar na génese do mesmo. Jovic esteve de pontaria desafinada, mas não tanto como Areias, o ponta de lança portista: um avançado não pode falhar o golo que desperdiçou na cara de André Ferreira...

Heriberto durou dez minutos e apagou-se, Gilson, além do golo, destacou-se pelo poderio físico, mas teve muitos problemas para travar Fede Varela, e Pedro Rodrigues apareceu, sobretudo, nas bolas paradas, como a que valeu o empate.

Do portista Fernando Fonseca o que se pode dizer é que ganhou quase todos os duelos em campo, mas não esteve afinado a atacar. Dálcio, do Benfica, saiu com algum tempo de atraso.

Quanto aos suplentes, resumindo a ideia numa frase: nenhum acrescentou ao jogo algo que ele já não tivesse. E o benfiquista Romário ainda protagonizou um dos falhanços do jogo.