Após os festejos da conquista do campeonato, Otávio olhou para trás e falou sobre o pior e mais importante momento da época do FC Porto.

«O mais difícil foi o jogo contra o Belenenses, mas também foi a nossa reviravolta. Foi bom aquilo acontecer, foi o clique para sermos campeões», afirmou o médio ao JN.

«Quando perdemos aquele jogo, ficámos umas três, quatro horas no balneário, todos ainda vestidos. Foi um momento muito triste porque tínhamos perdido o primeiro lugar, mas conversámos ali todos e sabíamos que só dependíamos de nós para sermos campeões», revelou.

«Unimo-nos e depois fomos ganhar à Luz. Merecíamos muito», disse Otávio, lembrando o clássico contra o Benfica e o golo de Herrera, que no ano passado tinha sido criticado pelo canto contra os encarnados no Dragão. «O futebol é feito desses momentos e ele merecia muito».

Otavio diz que este foi um título «muito suado, muito trabalhado», até pela «pressão de não ganhar há quatro anos». «Não podíamos deixar o Benfica ser penta. Foi um campeonato muito importante para o FC Porto e fico feliz por estar na história do clube com este título. Agora é trabalhar para o próximo», afirmou.

E o segredo da conquista? «Foi a forma de acreditar também. No ano passado falhámos em alguns momentos em que poderíamos passar à frente. Este ano, o Sérgio Conceição viu que nos faltava isso, dar esse passo mais».

Sobre o treinador, Otávio diz que Sérgio Conceição «é muito exigente». «Mesmo nos dois últimos jogos em que já eramos campeões foi do mesmo jeito».

O médio diz que nunca viu um plantel assim «tão unido». «Não havia vaidade de ninguém. Era mesmo uma família. Toda a gente se ajudava, toda a gente se cobrava».

E a postura de Iker Casillas surpreendeu Otávio. «Nunca pensei que um campeão do mundo, um dos galácticos do Real Madrid, fosse tão tranquilo, simples, humilde».

«O Vaná diz sempre: como é possível, eu ao lado do Iker? É especial. Nos piores momentos, ele aparecia mais e levantava mais o grupo».