Cândido Costa recordou esta quarta-feira o momento em que saiu do FC Porto para o Derby County, por empréstimo, no ano em que os dragões conquistaram a Liga dos Campeões.

No programa «FC Porto em casa», o antigo médio reconheceu que foi uma decisão errada.

«Fui burro [por sair do FC Porto]. Eu era muito querido pelos adeptos, fui um privilegiado. Na altura tinha um protagonismo muito grande na seleção sub-21, mas não estava a ter minutos no FC Porto. Sentei-me à frente do Mourinho [treinador na altura] e disse que queria ser emprestado. E ele disse-me: ‘Tu só podes ser atrasado mental’», começou por contar. Não estava a jogar com tanto

«Eu queria jogar, já tinha duas épocas boas no FC Porto e achava que estava num momento decisivo. Só que acabei por me precipitar e quando voltei o Mourinho tinha saído.  Mas quando vi os meus colegas a ganharem a Champions, pensei: ‘Fogo, sou mesmo um martelo.’»

O atual comentador desportivo lembrou depois o dia em que Paulinho Santos lavou os dentes com uma escova sua e quando comprou um creme de 400 euros por causa de Costinha.

«Fiquei no quarto com ele a primeira vez que fui para estágio com a equipa principal. A minha mãe preparou-me o saquinho com tudo, ia cheio de expectativas. Chegámos ao quarto e eu pus as minhas coisinhas todas na casa de banho e pus as minhas coisas todas direitinhas, e o Paulinho nada. Treinámos, jantámos e voltámos para o quarto, e ele sem meter nada. Lavei os dentes e tal. E ele sempre todo nu a andar pelo quarto, fiquei em choque porque não estava habituado. Até que me diz: ‘Ó miúdo, vou lavar as dentuças’. Mas não levou nada para a casa de banho. Entretanto começo a ouvi-lo lavar os dentes. E eu: ‘F******, ele está a lavar os dentes como?’. Passado uns minutos perguntei-lhe como é que ele tinha lavado os dentes. E ele: ‘Com a tua escova. Somos uma equipa ou não somos’?», contou.

«O ministro [Costinha] caprichava em tudo. Ninguém conseguia competir com ele. A parte do lavatório dele era quase o meu ordenado. E eu sempre fiz a barba à moda antiga e à pressa, sem cuidado nenhum. Uma vez estava a fazer isso e senti o ministro a observar-me. Disse-me: 'Isso é um lixo, estragas a cara toda. Lava a cara que eu vou dar-te um creme'. Deu-me o tal creme e as pessoas, durante o resto do dia, disseram que cheirava bem, então pedi ao Costinha para comprar um. Passado duas ou três semanas fui com ele a uma loja. Ele foi para uma parte e eu fiquei lá sozinho, a beber champanhe que nos tinham oferecido. Nem sabia que era possível beber champanhe numa loja. Entretanto vi o tal creme e pedi para comprar. A senhora disse-me que custava 435 euros. Durou-me um ano. Saí da loja triste, nem queria acreditar no que estava a acontecer. Nunca mais comprei um creme assim.»