O FC Porto anunciou esta sexta-feira, num comunicado enviado à CMVM, ter apresentado um resultado negativo de 47,6 milhões de euros na época 2022/23.

Um prejuízo histórico, só ultrapassado pelas épocas 2019/20 (temporada da pandemia, recorde-se) em que a SAD apresentou um resultado negativo de 116 milhões de euros, e 2015/16, em que apresentou um resultado negativo de 58,5 milhões de euros.

Fernando Gomes, administrador financeiro da SAD, garantiu, no entanto, que foi opção do FC Porto apresentar este prejuízo, o que lhe permitiu ganhar 20 milhões de euros, com a valorização de Otávio. O médio, recorde-se, não entrou nas contas agora apresentadas, porque foi vendido a 22 de agosto pela cláusula de 60 milhões (e não de 40 milhões como seria se a transferência tivesse sido realizada até 30 de junho, a tempo de ser contabilizada nestas contas).

Por isso Fernando Gomes regista que os 47 milhões de euros negativos permitiram aumentar 20 milhões de euros à transferência de Otávio. «Foi um  risco assumido e uma posição decidida pela SAD», garantiu, adiantando que  «haverá uima compensação no ano civil através de receitas acima do normal.»

O administrador financeiro garante mesmo que «a 31 de dezembro os resultados serão os melhores de sempre e compensam os apresentados agora».

Refira-se, de resto, que este prejuízo surge numa época de regresso a alguma normalidade, após as temporadas marcadas pela pandemia, o que permitiu ao FC Porto, por exemplo, aumentar as receitas operacionais em 23 milhões de euros.

Apesar destas receitas operacionais, muito à custa do aumento na rúbrica prémios da UEFA, lembrando que o FC Porto chegou aos oitavos de final da Champions, mas apesar destas receitas operacionais, refira-se, o FC Porto aumentou também as despesas, pelo que as primeiras acabaram por não ter reflexo nos resultados. 

Este aumento das despesas está sobretudo relacionado com o aumento dos custos com pessoal, que cresceram 13 milhões de euros.