A vitória sobre o Manchester United arrancou elogios, não só em Portugal e Inglaterra, mas também por parte de toda a imprensa europeia. José Mourinho agradece, embora não se canse de apontar o próximo jogo como o mais importante e garante que os jogadores não se vão deixar deslumbrar pelos resultados, mesmo que à sua volta possa haver esse sentimento.

Sobre os elogios dos media diz ter assistido «com tranquilidade, com a mesma se as coisas tivessem corrido mal e se a equipa tivesse sido logo eliminada no primeiro jogo». No fundo, é sempre bom receber palavras positivas: «Ficamos contentes por reconhecerem aquilo que fizemos, por estarmos a dar na Liga dos Campeões continuidade à fama que adquirimos com a conquista da Taça UEFA. É bom para todos nós, profissionais, é bom para o clube, é bom para o futebol português, é bom para todos».

Tudo isto não invalida que a equipa continue com inteira noção da realidade. «Há mais uma mão para jogar e quem pensa que as coisas vão ser iguais em termos de domínio e controlo de jogo, está enganado. Quem pensa que eles são uma equipa vulgar como pareceram às nossas mãos, também se engana profundamente, por isso acho que temos de encarar as coisas com a maior tranquilidade. Fundamentalmente, temos de pensar na Académica, que é, de facto, o mais importante nesta altura, pois se pudermos manter esta distância que nos separa dos segundo e terceiro classificados, que jogam em casa nesta jornada, seria bom para nós», abordou.

Quanto à tal euforia, Mourinho reconhece que «fora do grupo existe deslumbramento», porque «as pessoas pensam em grande, acreditam que a equipa pode repetir a exibição e também ganhar em Manchester». Só que as coisas serão, previsivelmente, muito diferentes. «Algumas pessoas ainda não entenderam aquilo que disse antes do jogo que, se calhar, a Liga dos Campeões não era para as equipas portuguesas. Mas, quando o disse no final do jogo, alguns já perceberam um bocadinho o alcance a dimensão dessas palavras». Algo que, na sua perspectiva, não se alastra à equipa.

«Vejo os jogadores absolutamente tranquilos e a experiência que tenho tido com eles nos últimos dois anos dá-me tranquilidade nesse aspecto. A nossa equipa não tem sido de fazer um grande jogo e, depois, no jogo seguinte perder, uma vez que tem sabido ser grande e eu tenho a maior confiança na mentalidade dos jogadores. Os mais velhos têm sabido ser importantes nesse controlo sentimental do grupo e os que estão cá há menos tempo entraram bem nessa dinâmica de respeito pelo jogo, pelo adversário, pelo trabalho de todos, portanto estou confiante que vamos poder apresentar níveis de concentração elevados em Coimbra. Não espero uma surpresa negativa na forma de abordarmos o jogo».