Herói do último campeonato ganho pelo FC Porto, Kelvin não conseguiu confirmar as expectativas e, quase quatro anos, segue de empréstimo em empréstimo e sem conseguir fixar-se no plantel dos azuis e brancos.

Numa entrevista ao jornal Lance, que já tinha divulgado um excerto da conversa nesta quinta-feira, o extremo brasileiro admitiu que esperava mais, principalmente no ano em que Paulo Fonseca rendeu Vítor Pereira no comando técnico dos dragões.

«Desapontado? Não. Esperava apenas ter mais oportunidades. No ano anterior fiz o golo, fui titular na pré-temporada e, de repente, o treinador que tinha acabado de chegar chamou-me e disse-me que não ia utilizar-me. Disse-me para manter a forma no FC Porto B. Foi um momento que não entendi. Pedi para sair e o clube libertou-me», recordou.

«Faltaram oportunidades. Tive novas oportunidades no FC Porto, soube aproveitá-las, mas o treinador não queria contar comigo. Procurei sair. Um jogador também se desmotiva. Desanimei, queria sair de qualquer jeito. Sabia do meu potencial e provei que podia ajudar a equipa de qualquer maneira. Saí e fui feliz», acrescentou.

Desde então, Kelvin somou três empréstimos: Palmeiras, São Paulo e, agora, Vasco da Gama. Apesar dos poucos jogos somados desde aquele minuto 92 no Estádio do Dragão contra o Benfica, o jogador brasileiro continua a estar no coração dos adeptos portistas, como ficou provado no treino aberto no Estádio do Dragão após a viragem do ano. «Até hoje, quando entro em campo, sou ovacionado pelos adeptos. Sei que foi um momento histórico e nunca vou esquecer.»

Kelvin foi confrontado com pedidos de adeptos do FC Porto para passar a usar o número 92, numa alusão ao momento que acabou por ser decisivo para o desfecho da época 2012/13. O jovem futebolista respondeu com diplomacia. «Seria interessante para a claque, não para mim. Foi um momento que nunca vou esquecer, mas não faria sentido usar a camisola 92: seria uma provocação», apontou.

Kelvin disse não lhe passar pela cabeça vestir um dia a camisola do Benfica, ele que já jogou no rivais São Paulo e Palmeiras. Ainda assim, não fechou a porta. «São coisas que não me passam pela cabeça. Hoje estou no Vasco. Nunca se sabe o dia de amanhã», rematou, lembrando que tem contrato com o FC Porto até 2019.