Adversária do FC Porto no play-off da Liga dos Campeões, a Roma é conhecida até por algum adepto mais distraído. Campeã de Itália por três vezes e vencedora de 9 taças do país, a equipa da capital italiana pode não ter o currículo europeu dos rivais Milan, Inter ou Juventus, mas tem um plantel recheado de bons jogadores e um treinador que regressou ao clube em janeiro. E daí até cá, só houve duas equipas que bateram os giallorossi: a poderosa campeã italiana Juventus e o campeão europeu Real Madrid.

Luciano Spalletti voltou ao clube para substituir Rudi Garcia. Após passagem pelo Zenit, o técnico italiano regressou à capital e a evolução foi clara: em 21 jogos, perdeu três e venceu 14, ou seja, teve quatro empates.

Porém, as derrotas apareceram frente a adversários complicadíssimos. A Juventus foi, aliás, o segundo jogo de Spalletti. A visita a Turim acabou com um desaire por 1-0 frente à Vecchia Signora. Depois, já com um mês no cargo, nova derrota, por 2-0, no Olímpico, por 2-0, frente ao Real Madrid, e o mesmo resultado no Santiago Bernabéu.

Portanto, os romanos não perdem um jogo oficial desde março e mesmo em particulares têm apenas uma derrota: em maio, frente ao Al Ahly.

O cérebro saiu, mas o capitão é eterno

O plantel da Roma sofreu pequenas alterações em relação à temporada anterior. A mais notória será a ausência de Miralem Pjanic. O cérebro da equipa saiu para a Juventus e apesar de a pré-temporada trazer bons resultados falta ainda saber, a sério, que impacto a saída do bósnio terá. Foi o jogador com mais assistências na Série A 2015/16.

No entanto, na Roma, o capitão é eterno como a cidade. Francesco Totti anda nisto desde 1992 e aos 39 anos ainda resolve jogos. Pode já não ser o titular que era antes, pode até embirrar com o técnico, mas o nome do camisola 10 romano ecoa pelo mundo do futebol e há qualidades que estão intactas.

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Os giallorossi reforçaram-se com um português, que não vai defrontar o FC Porto. Mário Rui foi um dos nomes contratados para substituir Digne, mas lesionou-se gravemente e só deve voltar em 2017. Juan Jesus foi outra opção obtida no mercado italiano: a Roma contratou o defesa ao Inter.

Junto do Tottenham conseguiu o empréstimo de Federico Fazio. No mercado, os romanos contrataram ainda Salah (melhor marcador da equipa na época passada na Série A com 14 golos) e El Shaarawi em definitivo. Juan Manuel Iturbe é conhecido do mundo portista e continua pela Roma a ter minutos, algo que não teve em abundância no Dragão.

Do adversário do FC Porto, podia dizer-se que de Itália, só seria pior se viesse a Juventus ou o Nápoles, as únicas equipas a ficarem acima dos romanos. A equipa napolitana ficou dois pontos à frente, já agora.

O 4X3X3 como base e uma equipa de ataque

Spalletti nem sempre jogou assim, mas a base da equipa parte do 4x3x3, a julgar pelo que se viu pela pré-temporada. Por exemplo, frente ao Liverpool, o adversário mais forte até ao momento, o técnico lançou um meio-campo com três médios: Paredes, Strootman e Nainggolan.

Com Szczesny lesionado, a baliza deve ser do brasileiro Alisson e enquanto a lesão de Mário Rui causou um problema, há soluções na defesa. No ataque, Dzeko tem estado em forma na frente, mas há mais gente a ter em conta nesse setor, desde logo o já falado Mohamed Salah. Diego Perotti foi um dos melhores assistentes na Serie A.

E é bom olhar para o ataque romano, o melhor da época passada em Itália, com 83. A Roma é uma equipa melhor ofensivamente do que o contrário. Os números provam-no e o que se viu de 2015/16 também. Ainda assim, os giallorossi mostraram algumas permeabilidades na defesa, sobretudo para os parâmetros históricos do calcio.

Plantel provisório:

Guarda-redes: Alisson, Lubont e Szczesny

Defesas: Emerson, Vasilis , Kostas Manolas, Norbert Gyomber, Antonio Rudiger, Juan Jesus e Mário Rui

Médios: Gerson, Mohamed Salah, Daniele De Rossi, William Vainqueurs, Alessandro Florenzi, Radja Nainggolan, Leandro Paredes, Kevin Strootman e Diego Perotti

Avançados: Iturbe, Edin Dzeko, Francesco Totti e El Shaarawi