Adrián López celebra nesta quinta-feira o seu 27º aniversário e sentirá dificuldades em recordar uma época em que tenha chegado a este dia com tão poucos minutos de utilização. Apenas 13 jogos no FC Porto, até ao momento.

O FC Porto pagou 11 milhões de euros por 60 por cento do passe do jogador e este terá encarado a mudança para Portugal como um passo necessário para revitalizar a carreira. Porém, chegando a este dia especial, não tem grandes motivos para sorrir.

Recuando no tempo, percebe-se que Adrián López está habituado a jogar mais, a ganhar confiança no relvado. Algo que poderá acontecer com maior regularidade nas próximas semanas, face às ausências de Brahimi e Aboubakar.

«Com a ausência deles há jogadores que vão ter mais presença, claro, que vão dar um passo em frente e mostrar que têm talento e que podemos contar com eles. Primeiro vemos o que temos no nosso plantel e depois, se for preciso, olhamos para a equipa B», salientou Lopetegui.

Sem os dois jogadores africanos, o antigo jogador do Atlético de Madrid surge como a principal alternativa aos outros três avançados mais utilizados: Jackson Martínez, Cristian Tello e Ricardo Quaresma. Deverá ser este o tridente ofensivo para encarar o Belenenses.

Adrián é a opção de recurso para os flancos ou o centro do ataque. Depois, podem surgir os adaptados Quintero ou Óliver, para além de Ricardo Pereira e Kelvin. Na ponta da lança, o jovem Ivo Rodrigues pode ser o primeiro nome da lista B.

Analisadas as soluções, fica a certeza: chegou a hora de Adrián López justificar o avultado investimento. Tal não aconteceu até ao momento, mas as melhorias evidenciadas na segunda parte frente ao Rio Ave e nos últimos minutos frente ao Gil Vicente (assistência para o golo de Óliver) servem de indicador positivo.



Os números são claros. Adrián costuma jogar e até marcar mais. Fez apenas um golo com a camisola do FC Porto, em 13 encontros disputados, já no longínquo mês de setembro (no 6-0 frente ao BATE Borisov).

Nos últimos anos, o espanhol teve maior utilização e aproveitamento. É preciso recuar à temporada 2006/07 para encontrar um registo pior. Nessa altura, ainda como jovem a celebrar o seu 19º aniversário, chegou a 8 de janeiro com apenas 7 jogos realizados. 261 minutos sem golos no Deportivo da Corunha, que o contratara ao Real Oviedo.

Adrián López jogou mais na época seguinte, 18 encontros até à data do aniversário, mas continuava sem marcar. Por isso, rumaria no final da temporada ao Málaga, por empréstimo. No regresso ao Deportivo, um aproveitamento similar ao atual no FC Porto, mas o espanhol terminaria a época 2009/10 com 39 jogos.

Seguiu-se a melhor fase da carreira, a última época na Corunha e os primenos anos no Atlético de Madrid, onde sempre foi visto como uma opção a ter em conta. Jogou sempre mais nos colchoneros que nestes primeiros meses de dragão ao peito.

Adrián passou pelo natural período de adaptação, evidenciou problemas de confiança e celebra nesta quinta-feira o 27º aniversário com o desejo de mais oportunidades a breve prazo. Elas deverão chegar rapidamente, face às ausências de Brahimi e Aboubakar, mas o espanhol terá de subir de nível para corresponder às altas expetativas.

«Craque como pessoa e como jogador», avalia Óliver Torres.
 
Utilização desde o início da época até 8 de janeiro:

2006/07: 7 jogos, 261 minutos, 0 golos (Deportivo Corunha)
2007/08: 18 jogos, 1129 minutos, 0 golos (Deportivo Corunha)
2008/09: 15 jogos, 993 minutos, 2 golos (Málaga)
2009/10: 14 jogos, 673 minutos, 2 golos (Deportivo Corunha)
2010/11: 19 jogos, 1395 minutos, 7 golos (Deportivo Corunha)
2011/12: 29 jogos, 1645 minutos, 11 golos (Atlético Madrid)
2012/13: 26 jogos, 1445 minutos, 3 golos (Atlético Madrid)
2013/14: 22 jogos, 945 minutos, 2 golos (Atlético Madrid)
2014/15: 13 jogos, 602 minutos, 1 golo (FC Porto)