Vicent Aboubakar deu esta semana uma entrevista à Revista Dragões na qual comentou vários assuntos, entre eles, por exemplo, a polémica à volta da presença cheia de sorrisos no balneário do Besiktas após a derrota do FC Porto em jogo da Liga dos Campeões.

«Depois do jogo fui cumprimentar os meus colegas ao balneário. Eles começaram a dançar, como eu costumava fazer, e toda a gente se lançou sobre mim. Começaram a rir, eu nem conseguia, depois da derrota do FC Porto, estava mesmo triste. O Babel começou a filmar e depois não fez aquilo de publicar o vídeo de maneira intencional», referiu.

«Foi apenas para registar o facto de já não nos vermos há muito tempo. Eu não fui lá para montar nada e nunca pensei que o resultado viesse a ser aquele. Não foi um gesto para ferir fosse quem fosse. Mas claro que mais uma vez quero pedir desculpa ao ao presidente, aos meus colegas, aos dirigentes, aos adeptos...»

O camaronês reconhece que aquele gesto lhe trouxe muitos problemas e que até Sérgio Conceição quis falar com ele para dizer que não gostou do que viu nas redes sociais.

«Sim, disse, e eu respondi que não fiz de propósito, para chocar fosse quem fosse. Pedi desculpa ao treinador, aos meus colegas, ao presidente, aos dirigentes e aos adeptos. E agora, mais uma vez, peço desculpa. Não quis magoar ninguém, claro que não.»

Ora por falar em Sérgio Conceição, interessa dizer que boa parte da entrevista passa por elogios de Aboubakar ao treinador. Repete, por exemplo, que foi ele quem o convenceu a voltar ao FC Porto, telefonando-lhe para lhe dizer que ia ser importante na equipa.

Mas houve mais: para o avançado, o técnico mudou tudo, a equipa é muito mais ofensiva agora, os jogadores sentem-se mais felizes e os treinos tornaram-se mais exigentes, havendo uma grande cobrança da parte do treinador que à mínima coisa está a gritar.

«Sinto-me mais maduro e muito diferente do que era na outra passagem pelo clube. Também porque temos um treinador diferente. Eu próprio tenho outros objetivos», frisou.

«O treinador é muito objetivo, é claro na forma como explica como quer que joguemos. Mudou muita coisa, não só eu, toda a equipa trabalha de uma forma mais coletiva. Penso que o FC Porto vai fazer grandes coisas esta temporada.»

Aboubakar, o escritor que anda a trabalhar num livro

Nesta entrevista houve também espaço para revelação de aspetos mais pessoais, sendo de destacar, entre outras coisas, que Aboubakar não gosta de ir ao centro do Porto.

«Eu não, desde logo porque não domino a cidade. Quando saio do treino volto para o hotel, durmo uma sesta, às vezes vou para a receção ver um pouco de televisão, noutras pego no carro e vou dar uma volta», garante.

«Mas não vou para o centro, prefiro sítios com menos engarrafamentos, para evitar que as pessoas me reconheçam, porque não gosto de multidões. Prefiro a tranquilidade. Sobretudo Gaia é muito calma, o clima é bom, o ar é puro, nada poluído, ou seja podemos fazer o que gostamos nesta vida, que é jogar futebol.»

Ora tanto tempo livre tem dado também espaço para Aboubakar se lançar nas artes, ele que adora ler romances inspiracionais, ouvir música – de kizomba a música clássica - e escrever, claro. Tanto assim que anda a escrever um livro.

«Estou a escrever um pequeno livro em que procuro descrever o meu percurso, não só futebolístico mas também no plano filosófico. Se já tem título? Não, ainda não tem, ainda não pensei nisso, mas vou procurar um bom título», revelou.

«Se penso editá-lo? Não, posso oferecê-lo a algumas pessoas, mas editá-lo não, é um livro pessoal.»