Alan Varela está a preparar-se para jogar o seu primeiro clássico no Dragão e, em entrevista à Betano, diz que espera um jogo «difícil», no próximo domingo, frente ao Benfica, mas também espera que os adeptos ajudem a desequilibrar a balança a favor do FC Porto.

Uma entrevista em que o médio de 22 anos começar por destacar os primeiros passos na sua curta carreira, desde os primeiros pontapés, aos 4 anos, no bairro Américo Passadore, até chegar ao Boca Juniors e, mais tarde, ao FC Porto.

«Cheguei ao Boca aos 12 ou 13 anos. Foi duro e obviamente fiz um sacrifício muito grande, mas desfrutei muitíssimo de estar num clube como o Boca e por fazer lá a formação. Foi muito lindo. Quando cheguei à equipa principal foi uma satisfação muito grande», começa por referir o argentino que foi contratado no último verão.

Uma paixão pelo Boca que foi incentivada, acima de tudo, pela mãe de Varela. «A minha mãe é adepta do Boca, o meu pai é adepto de outro clube, por isso foi mais do lado da minha mãe e, como estava a jogar lá, ainda mais me incentivava a ser do Boca. Tínhamos uma equipa com muita experiência, companheiros de muitas hierarquias, que tornaram a minha adaptação mais fácil. Nunca me vou esquecer do primeiro jogo, foi um dos momentos mais lindos da minha vida. Foi em casa do Independiente e ganhámos por 2-1», recorda.

Ainda em relação ao Boca, Alan Varela destaca os companheiros que o marcaram mais, entre os quais, um antigo jogador do Sporting. «Tive vários companheiros importantes. O Carlos Tévez, foi meu capitão, Marcos Rojo e Carlos Izquierdoz, que também foram meus capitães e sempre me ajudaram a crescer. Estou-lhes agradecido do coração», acrescenta.

Mas o grande sonho de Alan Varela era chegar à Europa e foi o FC Porto que lhe abriu essa porta. «Estava a jogar no Boca Juniors e quando me disseram que havia a possibilidade de ir para o FC Porto, claro que disse que sim, também tinha o sonho de jogar na Europa. Com se sabe, as negociações foram longas, mas felizmente tudo se concretizou e estou aqui, muito feliz. É o meu primeiro clube na Europa, vai marcar-me para sempre. Tinha o sonho de jogar na Europa e foi o FC Porto que me abriu a porta para isso acontecer», comentou.

No FC Porto, Alan Varela fala numa adaptação «fácil», facilitada pelos muitos jogadores que falam espanhol no plantel. «Existem vários bons jogadores no plantel, o Pepê é um bom jogador, o Evanilson também, há vários. Falo muito com o Nico [González], com o Ivan Jaime também, com o Jorge Sánchez e com o Toni [Martínez] também. São os espanhóis, entre nós, falamos todos espanhol», destaca.

Quanto ao treinador Sérgio Conceição, Alan Varela destaca, acima de tudo, a exigência. «É um treinador muito exigente, exige o máximo aos jogadores em cada partida e isso é ótimo para todos. Já me tinham dito que era assim e confirmou-se, é muito exigente», comenta.

Quanto à liga portuguesa, Alan Varela fala num «campeonato exigente», com equipas «agressivas», mas também com «muita qualidade». O FC Porto está a nove pontos do líder Benfica, mas pode reduzir essa diferença no clássico do próximo domingo. «É óbvio que vai ser um jogo importante e muito difícil, mas temos a vantagem de jogarmos em casa e os nossos adeptos vão fazer o seu papel, para puxar pela equipa e ajudar-nos a obter uma boa vitória», destaca.

Será o primeiro clássico de Alan Varela no Dragão, mas o jovem argentino já jogou um clássico entre o Boca e o River Plate no emblemático La Bombonera. «Os clássicos vivem-se de outra forma, vivem-se com muita paixão. Joguei no La Bomboenra contra o River e foi uma das coisas mais lindas da minha vida. Está sempre tudo pintado de azul e amarelo, com as pessoas a apoiar até ao final. É algo único», refere.

Além do campeonato, o FC Porto está também na luta por uma vaga nos quartos de final da Liga dos Campeões, depois de ter batido o Arsenal (1-0) no primeiro jogo dos oitavos. «O objetivo é passar a eliminatória. Obviamente que não vai ser fácil, mas estamos a trabalhar para conseguir esse objetivo», destacou ainda o jogador que tem Messi e Riquelme como «ídolos máximos».

A entrevista na íntegra: