Minuto 72, Desp. Chaves-FC Porto. André André faz um movimento de rotura, da direita para o centro. Otávio levanta a cabeça e coloca a bola nas costas da defesa flaviense. Em esforço, o internacional português chega primeiro do que o central e, com a biqueira da bota direita, desvia para o fundo da baliza.

Acabava ali um jejum de 15 meses. André André não fazia um golo desde o dia 30 de janeiro de 2016, numa vitória em casa do Estoril, ainda no início do reinado de José Peseiro. 

Da Amoreira até Chaves, o médio esteve em 41 jogos. Nem sempre como titular, é certo. E nem sempre nas melhores condições físicas.

Tal como o Maisfutebol escreveu a 9 de março de 2016, André André jogou em sofrimento durante várias semanas, devido a uma pubalgia.

«O André é um caso como os outros. Não é só o André que não tem jogado a cem por cento. (…) Um profissional de futebol joga sempre com dores e está sujeito a tratamento sistemático. (…) É normal um jogador ter de viver com stress, pressão e dores», assumiu, na altura, o treinador José Peseiro.

André parou mais de um mês e voltou para ajudar o FC Porto nas últimas jornadas da Liga e na final da taça. Certamente a pensar também no Euro2016.

O atleta acabou não ir a França e recuperou durante o verão os índices físicos. O início da época voltou a não ser fácil, mas nos últimos meses André André agarrou o lugar e voltou a ser o médio intenso e apaixonado, portador da mística do FC Porto.

O golo em Chaves foi apenas a face mais visível dessas características.