Moussa Marega foi, porventura, a maior figura do campeonato conquistado pelo FC Porto. O franco-maliano apontou 22 golos em 29 jornadas da Liga. Sérgio Conceição, técnico dos dragões, admitiu que já seguia o internacional maliano e que, inclusive, tinha indicado o seu nome ao presidente do Nantes, Waldemar Kita. 

«Acompanhava o Marega desde o Marítimo, conhecia a qualidade dele. Quando estava no Nantes, o Marega constava num relatório que deixei ao presidente para ser reforço para esta época. Tem características que eu gosto num jogador, velocidade e intensidade. Disseram que o Marega era só de transição e comecei a rir, sinceramente. A velocidade de 30 metros pode ser velocidade de 100 metros. Houve muito mérito do Marega em trabalhar e aceitar o que dissemos para melhorar. Grande parte do mérito é dele», referiu o treinador, em entrevista ao Porto Canal.

Nesta extensa entrevista, Conceição falou ainda sobre Sérgio Oliveira, outra das revelações da equipa dos portistas na presente temporada. Os desempenhos do médio chamaram a atenção do selecionador Fernando Santos, que o integrou na pré-convocatória para o Mundial.

«Faltava-lhe alguma intensidade e mudança de ritmo e ele foi humilde e trabalhador ao ponto de, já depois de algumas conversas comigo e de algum mau estar, quase conseguir levá-lo ao desespero para depois tirar o melhor dele», contou.

O treinador admitiu ainda que após a derrota em Belém sentiu que o FC Porto estava «perto de conquistar o título».

«Foram momentos difíceis. Existiram outros a nível interno no que diz respeito à dinâmica do grupo. As poucas derrotas que tivemos foram momentos complicados. A derrota de Belém afetou o grupo, mas foi ali que senti que estávamos muito perto de ganhar o título. Lembro-me de uma hora e meia depois, creio e nenhum jogador tinha tomado banho. Os jogadores estavam todos a olhar olhos nos olhos e a dizer umas verdades. Depois de eu falar. Isso para mim foi um sinal muito forte do que o que o grupo queria. Tinha a certeza que íamos dar tudo, lutar muito. A energia positiva que senti no meio da dificuldade. Conheci muitos grupos como jogador e já tenho alguma experiência como treinador, mas esse momento vai-me ficar marcado para toda a vida. Acho que foi fundamental para a conquista do título», confessou.

Por último, Conceição comentou os episódios ocorridos em Alcochete, na passada terça-feira. «É de lamentar. É um caso de polícia. São vândalos, isto não é o futebol. É outra coisa que não é o futebol. Nem sei como etiquetar isto. É tão repugnante, sinceramente nem sei o que dizer. Os jogadores têm famílias, independentemente da boa ou má prestação. Há uma vida para além da paixão futebolística e clubística. Sinto-me mal a ver essas imagens. Mexe comigo. Enviei uma mensagem a Jorge Jesus. Ainda não falei com ele.»