Nos jogos mais recentes, o Benfica tem jogado sem avançado e promovido mais trocas na frente do ataque com Rafa a ser muitas vezes o homem mais adiantado. Na véspera do Clássico, Sérgio Conceição defendeu que os encarnados não alteraram o modelo apesar de mudarem as características dos jogadores.

«Trabalhámos em função do que tem sido a dinâmica do Benfica nos diferentes momentos do jogo. Ataque móvel? Depende da mobilidade do ataque mesmo com jogadores que não sejam referências no setor ofensivo. Às vezes, pega-se numa ideia ou em algo que é dito por algumas pessoas, não aprofundado, e depois diz-se que é ataque móvel por serem jogadores pequeninos, de características diferentes. Por vezes, não é assim. Um ataque é muito mais móvel com dois avançados de 1,90m na frente. Depende da forma como a equipa demonstra essa mobilidade, dentro da organização ofensiva. O Rafa não deixa de ser móvel a jogar como avançado. A partir dessa posição, ocupa os mesmos terrenos e espaços que ocupa quando joga como segundo avançado», argumentou, em conferência de imprensa.

«Temos é de estar preparados para diferentes situações, para quem joga. O modelo não tem mudado muito. Estamos a falar de um 4x4x2, onde as peças mudam, e aí pode mudar tudo. Falo também dos laterais, se joga Morato, Aursnes ou outro jogador. Não deixa de ser assente numa base que é um 4x4x2, a partir daí é que temos de perceber quais as diferenças nas nuances quer a atacar, quer a defender», acrescentou. 

Sérgio Conceição disse que «Rafa e di María são dois excelentes jogadores», mas que o Benfica «tem outros», lembrando o percurso do campeão nacional na presente época.

«O Benfica vale pelo seu todo. Temos tendência a olhar apenas para quem faz a diferença. O Benfica perdeu o primeiro jogo no Bessa e não perdeu mais nenhuma vez fora, acho eu. Não estou a dar moral de barato ao Benfica, mas com maior ou menor dificuldade tem feito a sua caminhada. Tirando o jogo com o Sporting e a derrota nos penáltis na meia-final da Taça da Liga, não perde há quatro meses. Acho que não são só as individualidades. É a defesa menos batida da Liga, e isso por si só diz que há trabalho coletivo. Não embarco muito nisso, temos de olhar para a equipa como um todo. Claro que nessa organização coletiva, há jogadores que se destacam em diferentes momentos. Quem conseguem meter dentro da área, concluir as jogadas... É para isso que temos de olhar», atirou.

Ao contrário dos anos anteriores, o FC Porto tem registo negativo frente aos rivais diretos. Confrontado com esses dados, Conceição citou Ruben Amorim para responder. «Espero acabar o jogo de amanhã com onze, como disse o Amorim. Na Luz fizemos um excelente jogo, mas tivemos uma expulsão no início. Na Supertaça penso que foi unânime que até ao golo do Benfica, controlámos e fomos muito competentes e mais fortes. Mas os jogos são todos diferentes. Mesmo em Alvalade, apesar de o Sporting ter feito um bom jogo, acho que merecíamos um bocadinho mais do que sair de Alvalade daquela forma. Posso arranjar mil desculpas, mas temos de ser mais competentes e ganhar jogos. Amanhã temos oportunidade de fazer isso. Vamos ter um adversário com valia pela frente, queremos preparar o jogo e ganhá-lo sem olhar muito para as estatísticas. Não quero adormecer nisso sei que o meu historial é positivo», disse.

O Clássico entre FC Porto e Benfica joga-se este domingo, às 20h30, no Dragão e pode seguir tudo, aqui.