O Dragão abanou na quarta-feira e ainda deve haver poeira a assentar de tamanho terramoto. À maior derrota de uma equipa portuguesa, em casa, nas competições europeias – em igualdade com o Sporting – segue-se o jogo com o Rio Ave, numa ronda de Liga em que seis dos oito primeiros jogam entre eles.

O FC Porto está debaixo dos holofotes e encara a jornada em dupla perspetiva: a recuperação da goleada sofrida com o Liverpool e a manutenção da liderança do campeonato, antes do acerto de todas as contas no Estoril.

Pela frente terá um Rio Ave que está em demanda europeia, mas que tem dificuldades crónicas em casa dos ditos três grandes: duas vitórias em todo o historial da Liga, a última em agosto de 2012, em Alvalade.

A Luz é um palco maldito para os vila-condenses, que nunca lá venceram, mas o Dragão também é um recinto de horrores: o Rio Ave sofreu sempre golos na casa portista.

Os portistas precisam de marcar para deixar para trás o pesadelo europeu que foi o Liverpool, o registo histórico dos vila-condenses em território dragão traz a promessa de festejos e o da temporada com os grandes também.

Roderick Miranda marcou no Dragão na época passada

Sporting, Benfica e FC Porto já defrontaram Rio Ave que viu a baliza violada em todos esses encontros, mesmo que tenha empatado e vencido o Benfica em dois deles. Há, ainda assim, o agravante de um somatório de oito golos encaixados nas visitas à Luz e Dragão esta época.

O futebol da equipa de Miguel Cardoso tem recebido elogios e o próprio treinador admite que a matriz é para manter. A Taça da Liga naquele mesmo recinto e os 5-1 da Luz são experiências sobre as quais o Rio Ave terá de aprender. Até porque, imagina-se, o Dragão estará sedento e o visitante tem o historial que tem.

Por outro lado, a casa do FC Porto é aquela em que o Rio Ave marca menos na Liga, tendo em conta a relação ainda com Benfica e Sporting.

São 14 golos em 23 jogos no Dragão até ao momento,  embora, diga-se, haja no plantel quem já tenha celebrado o reduto azul e branco: Guedes e João Novais.

Se o primeiro apontou um dos golos na derrota da época passada, por 4-2, o segundo já fez um golo e saiu sem perder: o Dragão foi o palco em que o país percebeu a existência de João Novais, filho de Abílio. O segundo golo do médio na Liga aconteceu ali, em pleno Dragão, depois de se ter estreado a celebrar frente ao Arouca, em 2015/16.

De resto, ambos têm a possibilidade de fazer algo único com a camisola do Rio Ave: marcarem de novo em casa do FC Porto, algo que nenhum rioavista conseguiu repetir.

Boavista provocou a única derrota encarnada no campeonato

Benfica-Boavista

Se o Rio Ave, quinto, visita o terreno do líder, o sexto vai a casa do segundo. É o mesmo que dizer que há Benfica-Boavista nesta jornada.

Os axadrezados não perderam com as águias nos últimos três jogos, são a única equipa a vencer o campeão na Liga e na última visita à Luz surpreenderam: aos 25 minutos venciam por 3-0 e saíram de lá empatados 3-3.

O Boavista tem cinco triunfos no recinto dos encarnados, quatro deles no campeonato. Nenhum na nova Luz, porém.

A derradeira vitória reporta a 1998/99, com Ayew a bisar e Luís Manuel a completar o 3-0.

Leão tem sido feliz em Tondela

Tondela-Sporting

O leão vem do Cazaquistão e desloca-se à Beira Alta na segunda-feira. Os poucos anos do Tondela na Liga foram pródigos em episódios com os grandes, embora o Sporting tenha sido feliz nas deslocações ao João Cardoso, onde mora uma equipa que já fez mais pontos nesta temporada, do que nas duas anteriores juntas, pela mesma altura.

Sempre escaldante Dérbi do Minho

V. Guimarães-Sp. Braga

É um dos jogos apelativos do calendário e desta vez joga-se no domingo à noite. Em termos gerais, ou seja, todas as competições, há um empate técnico no dérbi minhoto: 53 vitórias para cada lado e 28 empates.

Na Liga apenas, há supremacia vimaranense: 48 triunfos, frente a 44 dos bracarenses e 25 igualdades. O mais escaldante dérbi do Minho tem, ainda assim, um fator valioso: quem joga em casa vence bastante mais vezes. 37 são os triunfos vitorianos, oito apenas dos bracarenses em território rival.