Regresso aos triunfos com períodos de bom futebol, um golo marcado e nenhum sofrido.

Podia ser uma receita para a azia que Sérgio Conceição revelou sentir depois das derrotas com Benfica e Barcelona, mas é só um resumo do FC Porto-Portimonense, da oitava jornada da Liga.

O treinador portista fez, de resto, três mudanças em comparação com a derrota com os catalães. Nico González e Evanilson foram titulares nos lugares de Eustáquio e Galeno enquanto Zé Pedro fez a estreia a titular na Liga, rendendo o castigado Fábio Cardoso.

As instruções para o fim da azia pareciam fáceis de cumprir.  O FC Porto teve uma entrada fortíssima, um dos traços mais vincados da era Conceição, e aos cinco minutos já Evanilson tinha desperdiçado duas excelentes ocasiões. À terceira, por fim, foi de vez (9m). Os algarvios falharam o passe interior, Wendell recuperou e deu para Pepê que fez um passe delicioso para a finalização do avançado brasileiro.

Em conforto no marcador, os dragões baixaram ligeiramente o ritmo (quase asfixiante) dos primeiros minutos. Wendell decidiu agitar a partida com um remate fortíssimo que Vinícius defendeu com dificuldade (25m). Volvidos dois minutos, o guarda-redes agigantou-se perante Taremi e evitou o 2-0.

Tal como na primeira parte, o FC Porto teve uma entrada fortíssima na segunda parte. Uma, duas, três, enfim, as oportunidades para o 2-0 sucederam-se quase em catadupa. Se Evanilson acertou na malha lateral, Pepê perdeu em duas ocasiões o duelo particular com Vinícius.

O Portimonense resistiu ao período de maior fulgor do adversário e espreitou as saídas rápidas. Foi numa dessas situações que criou a melhor ocasião em todo o jogo: Hélio Varela fugiu à defesa portista e isolou-se, mas permitiu a defesa de Diogo Costa.

Soaram os alarmes no Dragão e Conceição, que já tinha trocado o «amarelado» Varela por Eustáquio ao intervalo, fez entrar tanto Galeno como Iván Jaime. Com as trocas, o FC Porto recuperou a versão dominadora e insaciável até ficar com dez jogadores.

O vice-campeão nacional ficou pertíssimo do golo da tranquilidade numa jogada inventada pelo luso-brasileiro e pelo espanhol que Pepê atirou para a bancada. Pouco depois, o ex-Famalicão não conseguiu superar Vinícius (belo jogo).

As indicações para o fim da azia não foram cumpridas à risca até final e o FC Porto passou por alguns sustos. Carlinhos ameaçou o empate com um livre fortíssimo de fora da área e deu o mote para o assalto final à baliza de Diogo Costa.

Os dragões ficaram reduzidos a dez elementos por expulsão de David Carmo (acumulação de cartões) a sete minutos do final, o que obrigou Sérgio Conceição, imagine-se, a colocar Wendell e Zé Pedro no eixo da defesa.

Nos descontos, o FC Porto ainda fez o 2-0 por Toni Martínez, mas o lance foi invalidado pelo VAR: o espanhol estava dois centímetros adiantado.

O melhor remédio para azia era ganhar e o FC Porto fê-lo. Houve, certamente, uma ligeira melhoria dos sintomas apesar de as indicações não terem sido respeitadas na íntegra.