Na véspera de receber o Marítimo, Sérgio Conceição voltou a falar sobre a partida em Famalicão, o primeiro jogo da retoma da Liga que se jogou sem público. O treinador do FC Porto comparou os jogos sem adeptos aos de pré-época.

«É um ambiente novo. Um jogo à porta fechada faz lembrar a pré-época quando defrontamos equipas da segunda ou terceira divisões. É difícil jogar contra um adversário quando o ambiente a atmosfera é completamente diferente do que os jogadores estavam habituados. Há muitas coisas a interferir no que é a equipa à procura do resultado e a equipa que está na expetativa e para quem o empate é, por vezes, um bom resultado», começou por dizer.

O técnico dos dragões lamentou ainda a redução do tempo útil de jogo, dando o exemplo dos apanha-bolas.

«No jogo contra o Famalicão a bola saiu pela linha lateral, olhei para o lado e fiquei meio aborrecido, porque estava um senhor do Famalicão com duas bolas e não deu nenhuma. Percebi que os apanha-bolas estavam distanciados 75 ou 100 metros. São quatro apanha-bolas no jogo, vejam quanto tempo não se perde. Faço um pedido aos árbitros: não quero cartões amarelos aos 92 minutos por perdas de tempo. Isso ainda faz perder mais tempo. Há situações dentro do próprio jogo que não são tão evidentes, mas que são ainda mais graves. Há três jogadores do Famalicão que deviam ter sido expulsos. Houve dois ou três penáltis para o FC Porto e um para o Famalicão, admito isso», apontou.

«Tudo isto vai complicar o jogo. Com as cinco substituições, entradas das equipas médicas em campo, dificuldades com apanha-bolas e haver cinco minutos de descontos... acho pouco. Isto tudo torna o jogo difícil para quem tem de assumir as despesas do jogo e para quem procura um único resultado», acrescentou.