Rúben Neves: «A minha inspiração é o Andrea Pirlo»

Um tem 36 anos, o outro 18. Metade, portanto. Um é a inspiração e o outro é o inspirado. Andrea Pirlo e Rúben Neves.

«Nunca tive um ídolo, mas sempre tive uma inspiração: o futebol do Pirlo».

Rúben assume, à margem da apresentação de um equipamento desportivo, a ligação emocional ao estilo e à qualidade de Pirlo, atualmente a jogar nos EUA.

«Joga na minha posição e tem um estilo de jogo parecido com o meu, baseado no passe. Gosta de ter a bola, também como eu. Sempre o adorei».

Pirlo encaixaria bem neste FC Porto de Lopetegui. A afirmação não é sequer polémica. Aliás, basta ler o que Rúben diz sobre o seu papel no plano de jogo.

«O futebol está diferente e temos essa noção. Não podemos só pensar em atacar. Defender bem e construir o ataque a partir de trás, na tentativa de desorganizar os adversários».

Construir o ataque a partir de trás. Pirlo.

«O Ricardo Pereira e o Helton ajudaram-me muito»

Rúben já leva 53 jogos (e um golo) na equipa principal do FC Porto. Números incríveis para um adolescente de 18 anos.

16 meses após a estreia (15 de agosto de 2014, Marítimo), o centrocampista olha para trás e recorda os primeiros dias no plantel sénior.  

«Nunca é fácil fazer a transição de escalão. O futebol jovem é muito diferente. Felizmente tive a ajuda de todos, principalmente do Ricardo Pereira [no Nice] e do Helton. Agora estou bem e plenamente adaptado», explica Rúben Neves.

Com o sucesso vem o reconhecimento, as abordagens na rua - «as pessoas do Norte são muito simpáticas» - e as cenas mais ou menos caricatas.

«Tive uma situação muito engraçada. Uma miúda tirou uma foto comigo e depois começou a chorar. Foi à porta do Olival».

Sobre o FC Porto, Rúben Neves fala em «responsabilidade e orgulho» por fazer parte do leque de capitães e aponta ao triunfo sobre a Académica.

«Os nossos objetivos são sempre os mesmos: ganhar. Temos de vencer a Académica e entrar com confiança em 2016».

A terminar, mais duas revelações: primeiro, o sonho de marcar presença no Euro2016; segundo, a certeza de que seria treinador de camadas jovens se não fosse futebolista.