Agustin Marchesín já tinha revelado que era guarda-redes por causa de Iker Casillas e agora o guardião do FC Porto admitiu que não sabia como ia ser o relacionamento com o espanhol.

«Casillas continua a treinar-se, está no clube e tento aprender com ele, pedir-lhe conselhos», disse o argentino, em entrevista à TycSports.

«Tinha receio por ele ser meu ídolo e, quem sabe, me custasse ter uma relação com ele», acrescentou Marchesín, para completar de seguida: «Mas a verdade é que ele é uma grande pessoa e tem grande humildade.»

O guarda-redes do FC Porto considerou que a equipa «não começou a época da melhor maneira», mas que o jogo com o Benfica mudou tudo. «Depois do final do ano pudemos ganhar o clássico e agora éramos líderes quando o campeonato parou», frisou o guardião.

Marchesín falou também da mudança da América do Norte, onde jogava, para a Europa. «Quando surgiu a oportunidade, a princípio custou-me por estava muito confortável no América [do México], mas depois pensei bem e dei conta que, com a minha idade, era uma grande oportunidade que não podia desaproveitar. Substituir Casillas foi um desafio muito grande», declarou. 

Questionado sobre um eventual regresso à Argentina e ao Lanús, Marchesín não o descartou: «Se nalgum momento penso voltar? Sim, falei com Luis [Zubeldia] há uns meses, foi ele que proporcionou a estreia e vou-lhe estar agradecido para sempre. Está a fazer um grande trabalho no Lanús. Oxalá possa voltar, mas a baliza está bem entregue ao Rossi, foi muito criticado, mas mostrou ser um grande guada-redes.»

Mais à frente, Marchesin acrescentou que teve ocasião de ser jogador do Boca Juniors quando foi do Santos Laguna para o América e que o Lanús teve influência nessa decisão, pois não gostaria de defrontar o Granate. Daí que o regresso ao país natal seria pelo Lanús: «Gostaria de voltar se estiver bem fisicamente e consiga estar à altura. O Lanús foi o meu primeiro grande amor, é o clube que sempre vou amar, porque formou-me e deu-me tudo.»

Enquanto o guarda-redes do FC Porto vive em isolamento na Invicta - «Os dias são longos, não ir trabalhar e estar em casa é dificil, mas o positivo é que se pode ter mais tempo para a família - , o pai está na linha da frente a combater a pandemia pois é médico.

«Ele anda de um lado para outro, ama a profissão e faz o que lhe cabe porque é uma pessoa de bem. Eu não gosto que ele faça tanto, mas sei que é assim que ele o sente e fico orgulhoso dele», disse.

Seleção e Messi

Marchesín tem sido chamado várias vezes à seleção argentina. «Mesmo que não tenha sido chamado na última convocatória, sinto-me parte da equipa. Estou agradecido a Scaloni [selecionador] porque sei que me tem em conta e faço parte do projeto. Disfruto muito quando vou à seleção e óbvio que gostaria de continuar.»

Questionado sobre o papel de Lionel Messi no seio da equipa, Marchesín foi elogioso. «Ele sempre foi líder, dentro e fora do campo», referiu. «Se calhar, para as pessoas, não parece que o seja porque não fala muito, mas para nós é um verdadeiro líder por aquilo que nos transmite cada vez que estamos com ele», concluiu.