[nota: a entrevista a Ricardo Pereira foi efetuada antes do anúncio da chamada à Seleção Nacional]

Primeiros passos no Futebol Benfica, transferência para o Sporting, mudança para a Naval 1º Maio e salto para o Vitória Guimarães. Tudo isto nos escalões jovens.

Ricardo Pereira, na primeira entrevista após ser emprestado pelo FC Porto ao Nice, recorda ao Maisfutebol a trajetória rara, a relação com Rui Vitória na Cidade Berço, os treinadores mais marcantes da carreira, os ex-colegas mais próximos no FC Porto e a chegada de Iker Casillas aos dragões.


Simpático e extremamente simples, a partir da Côte d'Azur.

Nasceu em Lisboa e começou no Futebol Benfica. Sempre quis ser futebolista?
«Bem, acho que sim (risos). Um amigo meu, vizinho, jogava no Futebol Benfica e levou-me às captações. Fiquei lá três anos, dos sete aos dez. Depois mudei-me para o Sporting, os treinos eram ainda em Pina Manique».

Quem eram os seus ídolos no futebol por esses dias?
«O Thierry Henry e o Robinho. Dois avançados, claro (risos)».

Tem um percurso raro na formação porque ainda jogou na Naval e no V. Guimarães…
«Sempre gostei de arriscar. Quando fui dispensado do Sporting tive duas opções: Belenenses e Naval. Dois colegas meus do Sporting foram para a Figueira da Foz e decidi ir com eles. Saí de casa dos meus pais com 16 anos. Depois surgiu o Vitória. Aliás, muita gente me pergunta se eu sou de Guimarães e se sempre joguei lá».

É em Guimarães que Rui Vitória aposta em si.
«Sim, ele foi determinante na minha afirmação. O Rui Vitória chegou em outubro, chamou-me aos treinos e a partir de janeiro passei a trabalhar sempre com os seniores e a jogar pelos juniores».

Não ficou, então, surpreendido com a mudança do Rui para o Benfica?
«Não, nada. Já esperávamos que ele desse esse passo. É uma pessoa séria, correta e tem muita qualidade».

É o treinador mais marcante na sua carreira?
«Há mais três, além do Rui Vitória. O Luís Miguel Carvalho, meu treinador na Naval, foi uma pessoa decisiva e ainda hoje mantemos o contacto. Ajudou-me e ajuda-me. O Armando Evangelista também, foi ele que me levou para o Vitória. E o Luís Castro, no FC Porto. Foi sempre uma pessoa correta, tratou-me bem e gosta de mim. É uma pessoa que gosta de ensinar e que gosta do que faz».

Como viveu o impacto mediático da chegada de Casillas ao FC Porto?

«Ver um campeão do mundo no FC Porto… se me dissessem antes, não me acreditava. Tem um currículo incrível, acrescenta muita coisa. Gostei do tempo que vivi com ele, não tenho nada de mal a dizer».

Tem saudades de algum colega do FC Porto?
«De muitos (risos). Do Rúben Neves, do André André, do Helton, do Sérgio Oliveira, do Maicon… não quero esquecer de nenhum, para eles não me darem da cabeça. Do Ricardo Nunes e do Gonçalo Paciência também, mas também saíram».

Já que fala do Gonçalo: ele e o André Silva são o futuro da Seleção Nacional na posição-nove?
«Têm tudo o que é preciso para brilhar nesse lugar. Têm algumas coisas parecidas, mas são diferentes. Espero que possam chegar à equipa principal do FC Porto. Este é um ano importante para os dois. O Gonçalo não teria espaço no Porto e saiu para jogar e marcar golos. Vai-lhe fazer bem».