Mauro Caballero chegou ao FC Porto em janeiro de 2012. Nunca teve a oportunidade de jogar na equipa principal.

No reinado de Vitor Pereira, o avançado paraguaio fez alguns treinos com a equipa A e conheceu de perto alguns nomes importantes. Caballero elogia a qualidade de James, Jackson e Quaresma, mas coloca Lucho Gonzalez acima dos demais.

Em entrevista ao Maisfutebol, Caballero recorda o extraordinário golo apontado ao Académico Viseu com a camisola da equipa B e chama a atenção para três colegas de equipa no FC Vaduz, onde está emprestado até ao final da época.


Mauro Caballero está ligado ao FC Porto até junho de 2018.

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É jogador do FC Porto desde janeiro de 2012. Que balanço faz destes quatro anos?

«Cheguei com 17 anos, nunca tinha saído de casa… bem, quando vi o que era o FC Porto, um clube gigante em todos os sentidos, nem queria acreditar. Intimida, claro. Mas foi a melhor coisa que me aconteceu na vida. Sinto que estive perto da equipa A no período do Vitor Pereira. Quando chegou o Paulo Fonseca, os responsáveis falaram comigo e disseram-me que tinha de crescer, de evoluir o meu futebol».

Treinou algumas vezes com o grupo principal. Qual foi o melhor jogador com quem trabalhou?
«Lucho Gonzalez. Sem dúvida. Um craque! Foi o futebolista mais completo que já vi ao vivo. Era um líder dentro do balneário e quase um deus para os adeptos. Mas o FC Porto tem todos os anos futebolistas fantásticos. Também treinei com o James, o Jackson, o Quaresma, todos magníficos».

Destaca algum dos 21 golos marcados em Portugal?
«O melhor de todos foi contra o Académico de Viseu, pela equipa B do FC Porto [2 de novembro de 2013]. Entrei perto do fim e resolvi o jogo com um pontapé perfeito. De pé esquerdo. Tenho de agradecer ao Luís Castro tudo o que me ensinou. É um treinador que sabe conversar e moralizar os atletas. Sabe mostrar o que é ser jogador do FC Porto».

O fantástico golo de Caballero em Viseu:


À distância, costuma ver todos os jogos do FC Porto?
«Vejo quase todos, sim. O clube não está a atravessar um momento bom. Os adeptos são muito, muito exigentes e ainda bem que assim é. É preciso sempre mais, sempre mais. Ninguém pode falhar e se calhar essa pressão não é bem gerida por alguns atletas. Tenho o sonho de dar alegrias aos adeptos do FC Porto. Quero ter uma oportunidade a sério e julgo que ainda vou a tempo. Não me esqueço do Porto, aprendi a amar a cidade e o clube. Vai chegar o meu momento».

Há algum jogador da liga helvética que aconselhe ao FC Porto?
«Há muitos jogadores de qualidade. Sei que em Portugal não se fala muito deste campeonato, mas há bons clubes, bons estádios e bons jogadores. Merece mais visibilidade. Eu aconselharia três jogadores que estão comigo no FC Vaduz: o Simone Grippo, defesa central muito forte tecnicamente; o Diego Ciccone, um médio de excelente visão de jogo; e o Stjepan Kukuruzovic, um extremo muito forte».

Depois de assinar pelo FC Porto não voltou a jogar pelas seleções do Paraguai. É só coincidência?
«Infelizmente, não. Como sabem, o Libertad, onde jogava, exigiu o pagamento de uma verba que eu e o meu representante achávamos absurda. E o FC Porto também. Absurda e ilegal. Os tribunais deram-nos razão, mas antes disso o Libertad avançou para a federação paraguaia e pediu nem sei bem o quê. A verdade é que nunca mais me ligaram, nunca mais quiseram saber como estou. É a América do Sul, tudo política. Dói, claro, mas um dia resolverei isto».