O Porto divulgou nesta sexta-feira uma nota de pesar pelo desaparecimento do antigo treinador do clube, Carlos Alberto Silva.

Em declarações publicadas o site oficial dos dragões, Pinto da Costa recordou a passagem do treinador pelo FC Porto no início dos anos 90.

«Carlos Alberto Silva ganhou por mérito próprio um lugar na história do FC Porto. Foi bicampeão pelo nosso clube, mas nesta altura o que mais recordo é a relação de amizade que mantivemos todos estes anos. Tinha aquele jeito introvertido, mas era um excelente conversador e enquanto foi nosso treinador mostrou sempre ser um trabalhador incansável, com os bons resultados que conhecemos. Lamento profundamente o seu desaparecimento e endereço à família as minhas condolências e as condolências do FC Porto», disse o presidente dos azuis e brancos

Recorde-se que Carlos Alberto Silva comandou o FC Porto ao bicampeonato nacional nas épocas 1991/92 e 1992/93, tendo conquistado igualmente uma Supertaça ao serviço dos dragões. O treinador brasileiro morreu nesta sexta-feira de manhã aos 77 anos.

Augusto Inácio recordou o ex-treinador brasileiro como uma pessoa que «não temia o confronto», gostava de rigor e combatividade e tinha «voz trovão».

«Era uma pessoa muito emotiva. Tinha os nervos à flor da pele. Não temia nenhum confronto, não temia um piropo, não temia um insulto. Como treinador, o ponto mais forte dele era a mensagem que transmitia à equipa. A voz forte que ele punha na mensagem. Era uma voz trovão, uma voz que entrava pelos ouvidos dentro», afirmou Augusto Inácio à agência Lusa.

O agora técnico do Moreirense, que no início da década de 90 trabalhou como adjunto de Carlos Alberto Silva no FC Porto, recordou um episódio que explica o «perfil destemido» do treinador brasileiro.

«Fomos a Coimbra jogar, salvo erro, uma final da Supertaça com o Benfica e ele, no caminho, disse-me assim ‘Inácio, nem uma pedrinha no autocarro nem nada? Não há nada para agitar isto?’. Ele não temia nada», contou.

Augusto Inácio descreveu um Carlos Alberto Silva «muito rigoroso no plano tático» e que gostava da «combatividade dentro do campo», o que, segundo o técnico dos minhotos, ajuda a explicar os êxitos alcançados.

«Com os grandes jogadores que o FC Porto tinha, e com essa liderança, o FC Porto foi campeão. Não digo que de forma fácil, porque nenhum campeonato é ganho facilmente, mas foi ganho com alguma tranquilidade», apontou.

O antigo presidente do Santa Clara Paulino Pavão, que foi o responsável pela contratação de Carlos Alberto Silva, recordou as qualidades do «homem e técnico», que orientou os açorianos quando a equipa integrava a I Liga de futebol.

«Sem dúvida que, para além do seu profissionalismo, era um grande treinador, uma excelente pessoa, humilde, uma pessoa empenhada em tudo e, naturalmente, que, com muito pena minha, o vejo partir», afirmou à agência Lusa Paulino Pavão.

«Um profissional do Santa Clara, que deixou, sem dúvida alguma, saudade da nossa parte e dos sócios. Aquilo que as pessoas comentavam é que era uma pessoa muito religiosa, uma pessoa muito devota, atenta a situações religiosas e de caridade», disse Paulino Pavão.

Também Pedro Proença, presidente da Liga, classificou o ex-treinador brasileiro Carlos Alberto Silva, como «uma personalidade do futebol mundial».

«Trata-se de uma personalidade do futebol mundial, cuja passagem por Portugal ficou marcada com honras de campeão, ao conquistar título nacional, por duas vezes consecutivas, ao serviço do FC Porto», afirmou Pedro Proença à agência Lusa.

O líder da LPFP lembrou que «Carlos Alberto Silva foi um notável treinador, não só em Portugal, mas também em clubes do seu país e até como selecionador do Brasil», endereçando um voto de pesar à família e a todos os que apreciam o futebol.