Pinto da Costa celebra este sábado 40 anos como presidente do FC Porto e em entrevista à Revista Dragões fez algumas revelações, entre elas que chegou a ter acordo fechado com Romário. A notícia chegou após uma pergunta sobre se era verdade que o FC Porto tinha tentado contratado Ronaldo Fenómeno, Ibrahimovic e Stoichkov.

«Só o Ronaldo, os outros nunca nos passaram pela cabeça, porque era impossível. O Ronaldo, quando veio cá jogar, creio que no Torneio do Centenário do FC Porto, tinha ele 16 ou 17 anos, nós ainda tentámos, mas os valores já eram impossíveis para nós», começou por responder.

«Outro, com quem cheguei a estar reunido em casa do Luciano D'Onofrio, foi o Romário. Chegámos a ter acordo com ele, mas depois o Vasco da Gama fez exigências que eram incomportáveis para nós e, mais tarde, o Romário foi para o PSV e para o Barcelona.»

Pelo meio perguntaram a Pinto da Costa qual foi o jogador que mais lhe tinha custado ver sair do FC Porto.

«Houve dois jogadores que me custou muito ver sair. Um foi o Vítor Baía, porque estava no auge e eu tinha consciência de que ia acontecer o que aconteceu, que íamos passar duas épocas a experimentar guarda-redes por não haver à altura guarda-redes daquela categoria livres para poderem vir para o FC Porto», disse.

«Mas houve outro que também tive muita pena de ver sair, que foi o João Moutinho. Na altura, o Jorge Mendes tinha negociado a saída dele para o Everton e eu achava que ele era um elemento muito importante – e veja que, passados tantos anos, ainda joga na Seleção Nacional – e um jogador influentíssimo de quem eu gostava muito. O João veio falar comigo e eu disse-lhe: ‘Olha, eu não quero que tu saias, compreendo que não temos possibilidades de acompanhar essa proposta e tu tens esse direito de sair, mas eu gostava que não saísses, porque amanhã vou ser operado ao coração.’ E fui, de facto. E havia pessoas que diziam que eu podia ir de vela, para os anjinhos. Por isso mesmo insisti: ‘Amanhã vou ser operado ao coração e gostava muito que tu estivesses cá quando eu acordar’», contou Pinto da Costa.

«A questão ficou encerrada ali. ‘Presidente, acabou!’, respondeu-me ele. ‘Vá ser operado tranquilamente porque eu não saio por dinheiro nenhum.’ E ficou cá mais um ano, só no ano seguinte saiu para o Monaco, numa grande operação financeira. O comportamento dele marcou-me tanto que tive imensa pena quando o vi sair – e aí já era impossível mantê-lo cá.»