O Sindicato dos Jornalistas (SJ) repudiou esta terça-feira as agressões a jornalistas, com isqueiros, ocorridas durante a apresentação da recandidatura de Pinto da Costa à presidência do FC Porto, ao final da tarde de domingo, no Coliseu.

Trata-se do «terceiro caso de intimidação, a nível nacional, em duas semanas», pelo que o SJ apelou à punição dos responsáveis.

Rebobinemos. Na reta final do discurso do presidente dos dragões, quando este criticou a comunicação social «lisboeta», assim como a imprensa generalista sediada no Porto, os ânimos inflamaram-se, os apupos subiram de nível e foram atirados isqueiros da plateia.

«Há ainda notícias de que foram atiradas também garrafas de água e outros objetos na direção dos profissionais da comunicação social», descreve o SJ, que lamenta a atitude do presidente do FC Porto, considerando-a de «absolutamente desrespeitosa e inaceitável».

O sindicato reitera que a agressão a jornalistas é crime público e que deve ser investigado. Alerta também as autoridades para um «aparente clima de impunidade no futebol português, mas não só, com três agressões a jornalistas no espaço de duas semanas».

Apelo ao bom senso e educação

Por sua vez, o CNID – Associação dos Jornalistas de Desporto exige respeito aos candidatos à presidência do FCPorto, entendendo que o incidente não foi mero «acaso».

«Foi na sequência do discurso e de ataques à comunicação social da parte de Pinto da Costa. O CNID solicita a melhor atenção para a necessidade de proteger os jornalistas devidamente, reservando-lhes, por exemplo, lugares em que possam fazer o seu trabalho em condições e em segurança», lê-se no comunicado publicado esta terça-feira.

Por isso, a associação apela à «contenção dos candidatos e dos seus apaniguados em relação aos jornalistas», a fim de os eventos decorrerem «dentro dos limites do bom senso e da boa educação».

De lembrar que a 23 de janeiro um jornalista do Zerozero foi intimidado por elementos da equipa técnica do Benfica, após a final da Taça da Liga de futsal. Dois dias depois, uma equipa do Porto Canal foi agredida durante uma reportagem, à porta de uma fábrica de calçado, em São João da Madeira.