Nada de novo depois deste Feirense-Académica que os estudantes estiveram quase a transformar no regresso às vitórias três meses depois, mas este foi, em rigor, um daqueles jogos em que ninguém merecia perder. Resultado que se aceita, pois.

A Briosa foi mais objetiva e eficaz, precisando de muito menos cartuchos para se colocar em vantagem, a meio da segunda parte, mas os jogadores do Feirense agarram-se ao sentimento de injustiça e lograram o empate, a jogar em superioridade numérica por expulsão de Hélder Cabral, pouco depois do tento forasteiro.

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Os comandados de Quim Machado, também eles vindos de um longo jejum de triunfos, ainda carregaram o suficiente para virar o resultado, mas, lá está, seria outra vez um castigo demasiado pesado para o adversário. Assim, os de Coimbra, que voltaram ao estádio onde ganharam o passaporte para o Jamor, estão ligeiramente mais perto do objetivo, já os da Feira continuam em risco.

Académica entra melhor

A postura inicial da Académica quase dava frutos num tiraço de Habib que obrigou Paulo Lopes a fazer a chamada defesa da tarde. A equipa de Pedro Emanuel mandava no jogo, encurtava espaços ao adversário e saía a preceito para a contra-ofensiva. A nuance tática introduzida pelo jovem técnico (do 4-3-3- para o 4-2-3-1) dava solidez à equipa e permita a Adrien assumir-se como 10.

Os da casa demoraram a libertar-se da teia, com Buval a tentar dar alguns esticões na partida, mas quase sempre bem vigiado. O Feirense sentia dificuldades em ligar o seu jogo e assumir preponderância no último terço do terreno. Quando conseguia algo de melhor, havia, normalmente, uma resposta musculada do adversário. E a coisa ficava-se por ali.

Em suma, os da Feira tinham mais bola, dominavam os processos no essencial, mas a melhor oportunidade até tinha pertencido aos estudantes, no tal remate salvo por Paulo Lopes, durante uma fase inicial da partida em os estudantes estiveram por cima.

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A equipa fogaceira meteu mais intensidade no jogo com Ludovic no lugar de Diogo Rosado e o luso-francês deu o mote para a segunda-parte, ainda antes de um falhanço de Miguel Pedro na cara de Peiser. O Feirense carregava, Buval investia, e a Académica procurava gerir os acontecimentos, sem abdicar das transições rápidas para o ataque.

Num desses lances, Adrien isolou Edinho na esquerda e o internacional português não perdoou. A Briosa estava na frente, com alguma injustiça à mistura, mas o golo parece ter enervado os jogadores. Hélder Cabral foi expulso pouco depois, provavelmente por palavras, e seguiram-se alguns momentos de tensão no relvado.

O Feirense desesperou pelo empate, com Quim Machado a lançar mão de todos os trunfos, e foi, precisamente um deles, Carlos Fonseca, que chegaria à igualdade, num lance de raiva que terminou com o avançado a mandar calar a própria claque. O jogo acabou num sufoco para os de Coimbra, que aguentaram a carga e agarram mais um ponto para a contabilidade.